Guilherme Jorgui
O ato que confirmou a coligação entre o Republicanos e o Partido Novo em Belo Horizonte, no sábado (3), foi marcado por um quase encontro entre o deputado estadual Mauro Tramonte, candidato à prefeitura pelo Republicanos, e Fuad Noman (PSD), concorrente à reeleição. Houve espaço, também, para alfinetadas nos discursos e uma espécie de guerra de narrativas a respeito do apoio de Alexandre Kalil a Tramonte, que também dividirá o palanque com o governador Romeu Zema.
Foi por pouco: Paralelamente à convenção do Republicanos, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sediou a convenção do Solidariedade, partido que apoia a reeleição de Fuad Noman. O prefeito fez questão de comparecer. Uma fração de minutos separou um encontro acidental entre Fuad e Tramonte na garagem da Casa.
Alfinetada: Mesmo com Kalil compondo a lista de apoiadores de Tramonte, Zema criticou a “perda de identidade da capital” nas duas últimas décadas. O ex-prefeito, vale lembrar, chefiou o Executivo até março de 2022.
Candidato e ‘bombeiro’: Sentado ao lado de Kalil, Tramonte reparou nas reações do ex-prefeito durante os discursos. Para amenizar o clima, afagou, parabenizando-o por ações à frente do Executivo da capital.
Guerra de narrativas: No domingo (4), a direção nacional do Novo emitiu nota dizendo ter sido “surpreendida” pelo acordo em prol da filiação de Kalil ao Republicanos. Segundo o partido, o trato só teria sido firmado após o acerto da aliança Tramonte-Luísa Barreto. Durante a convenção, correligionários de Zema minimizaram o apoio de Kalil. “As negociações já estavam em curso. Ele é quem pediu para nos apoiar”, afirmou uma liderança da legenda. Após a nota do Novo, entretanto, o ex-prefeito reagiu: “O Novo só está na chapa porque eu não vetei”, assegurou.
Contraste: Zema chegou à Assembleia cercado por um “batalhão” de apoiadores. Ao lado dos aliados, atravessou a rua que separava a Casa da Escola do Legislativo, local que sediou a convenção do Novo. Já no Parlamento, rompeu os corredores paparicado por pedidos de selfies. Kalil, por sua vez, entrou no plenário da Assembleia sozinho, acompanhado apenas por uma assessora.
