Silvio Almeida, demitido na sexta passada (6), manteve ao menos um legado de sua antecessora Damares Alves: o abandono do Memorial da Anistia, em Belo Horizonte.
Não há menções ao Memorial em documentos públicos da administração do agora ex-ministro.
Pela sua agenda pública, Almeida visitou BH duas vezes como ministro: em novembro de 2023 e no começo do mês passado. Não há registro de visita ao canteiro das obras do Memorial, no bairro Santo Antônio.
De 2023 em diante, no Diário Oficial, o termo “memorial de anistia” aparece na estrutura do ministério e no regimento interno da Comissão de Anistia, e só.
Damares Alves visitou o canteiro de obras em agosto de 2019, cancelando os trabalhos oficialmente. Iniciadas em 2009, as obras estavam paralisadas desde 2016.
O projeto de construção do Memorial previa a reforma do “Coleginho” – onde funcionou a antiga Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) – e a construção de um prédio anexo, além de uma praça.
Sob Damares, o Ministério de Direitos Humanos calculou em 2019 que a obra, tocada pela UFMG, foi inicialmente orçada em R$ 5,1 milhões. “Após seis aditivos orçamentários chegou ao preço final de R$ 28 milhões“, diz nota da época.
Em 2017, a Polícia Federal deflagrou a Operação Esperança Equilibrista para investigar desvios de recursos na UFMG na construção do Memorial.
Os inquéritos civil e policial foram arquivados em 2021.
Procurado por O Fator, o ministério não respondeu se a nova direção pretende retomar as obras.