A campanha do deputado estadual e candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Mauro Tramonte (Republicanos), declarou à Justiça eleitoral gastos de R$ 14 mil com Marcelo Amarante Guimarães, alvo de uma ação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por suposto caso de nepotismo na Prefeitura de Belo Horizonte. Guimarães é, segundo o MPMG, irmão de uma ex-namorada do ex-prefeito Alexandre Kalil, que o teria nomeado para um cargo na Fundação de Parques e Zoobotânica de BH de forma ilegal.
Marcelo Amarante Guimarães foi exonerado do cargo na PBH em julho, dias depois do anúncio do apoio de Kalil à candidatura do deputado estadual. O ex-prefeito é um dos coordenadores políticos da campanha de Tramonte à PBH e vai se filiar ao Republicanos.
À Justiça eleitoral, a campanha de Tramonte declarou que a contratação de Marcelo se deu para a “prestação de serviços de produtor”. O ex-funcionário da Zoobotânica da capital é veterinário.
Segundo a ação do MPMG, que ainda tramita na Justiça estadual, o nepotismo ocorreu pelo fato de que a ex-namorada de Kalil teria sido nomeada para um cargo de assessora jurídica no gabinete do prefeito em 2017. Três anos depois, Marcelo Amarante Guimarães foi nomeado no município, para o cargo na Fundação de Parques e Zoobotânica de BH.
“Como se vê, as provas testemunhais e documentais revelam, de modo cristalino, que ALEXANDRE KALIL tinha pleno conhecimento de que M.A.G. era irmão de uma servidora ocupante de cargo comissionado, bem como que a indigitada servidora, F.A.G. foi ‘namorada’ do ex-prefeito”, mostra trecho da ação feita pelo MPMG.
Para os promotores, a nomeação de Marcelo violaria trechos da Lei 8.429/92, que pontua a ilegalidade em “nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas”.
Tanto Marcelo quanto a ex-namorada do ex-prefeito foram ouvidos ao longo do inquérito do MPMG.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da campanha de Tramonte mas, até a publicação desta matéria, não havia um posicionamento. Assim que houver, esse texto será atualizado.