Eleições 2024 em BH: semana decisiva à frente

Desejo boa sorte aos candidatos e muita reflexão aos eleitores
Foto mostra urnas eletrônicas
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A “semana eleitoral” termina como começou em Belo Horizonte, com o cenário da eleição municipal  totalmente indefinido. Certeza, apenas duas: haverá segundo turno. E nele, hoje, estariam dois dos três nomes: Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL) e Mauro Tramonte (Republicanos). Por fora, correm Duda Salabert (PDT) e Gabriel Azevedo (MDB).

Em açodada observação, parece uma disputa acirrada e emocionante, mas nada mais falso. A campanha se mostra desinteressante e modorrenta. As candidaturas jogam como o FluminenC, contra o Galo, na quarta-feira passada; apenas para não perder. Os candidatos calculam os passos e não se expõem para não cometer erros fatais nessa reta final. 

Tramonte – em tese, em primeiro lugar na média das pesquisas – concentra seu trabalho no “corpo a corpo” com os eleitores e foge de questões polarizantes. Seu calcanhar de Aquiles são dois: a monumental queda de votos entre sua primeira e segunda eleições para deputado estadual (80% a menos) e a extrema dependência do chamado “recall”, por seu trabalho como apresentador de TV.

Surpresa e desconhecimento

Bruno Engler tem muito a comemorar, mesmo que não chegue ao segundo turno. Faz uma campanha surpreendente o bolsonarista-raiz, justamente por não se comportar assim. Nada de truculência, preconceitos, papinho furado de comunismo e outras idiotices típicas do bolsonarismo. Além disso, tem falado bem, de forma assertiva e, principalmente, educada. 

Fuad deve lamentar, todos os dias, duas coisas: por que não rompeu com Kalil antes e por que não decidiu ser candidato mais cedo. O atual prefeito, com pouco mais de dois anos no cargo, colecionou muitas realizações importantes para a cidade, mas sua discrição impediu que os eleitores o conhecessem, bem como todo seu bom trabalho. Indo ao segundo turno, deverá ser reeleito.

Tenho tido acesso a muitos bastidores e a muitas pesquisas e trackings de campanha não divulgados. Particularmente, acredito em um segundo turno entre Fuad e Engler, ainda que, hoje, as chances maiores sejam entre Fuad e Tramonte, não descartando, jamais, a possibilidade de Tramonte e Bruno. Frustra-me, contudo, não ver Gabriel neste pelotão.

O que será o amanhã

Aliás, frustra-me e entristece-me, também, não ter Luísa Barreto como candidata – e com chances -, mas apenas como vice de Mauro Tramonte. Essa moça, ao lado de Gabriel Azevedo e Fuad Noman, a meu ver, são os únicos verdadeiramente capazes, sobretudo tecnicamente, de desempenhar um bom papel na PBH. Rogo ter na chefia do Executivo ótimos gestores, e não mais ótimos populistas.

Engler, em termos de gestão, é um zero à esquerda. Tramonte, talvez, seja ainda pior. E tem ao seu lado um político desprezível, Alexandre Kalil, que deixou um rastro de discórdia e desmandos por onde passou, notadamente em seu ex-partido (PSD) e no Galo, além da própria prefeitura de Belo Horizonte, em que pese a reeleição durante a pandemia.

Fuad une a experiência de décadas como gestor público premiado ao conhecimento da administração (máquina) atual. Luísa é uma craque em gestão pública, que elevou o patamar do estado como secretária de Planejamento e Gestão de Romeu Zema. E Gabriel é, disparado, quem mais conhece Belo Horizonte – além de ostentar um invejável currículo acadêmico.

Vejamos o que nos traz a última e decisiva semana antes da votação do primeiro turno. Desejo boa sorte aos candidatos e muita reflexão aos eleitores.

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