Educação e disciplina japonesas chamam a atenção em tragédias

O que me assusta e entristece, no Brasil, não é a precariedade construtiva ou a falta de preparo e educação
Japãp é colhido por tragédias no início de 2024
Destruição no primeiro dia do ano / Imagem: Reprodução - Redes Sociais

Não foi um começo de ano tranquilo no Japão, infelizmente. Duas tragédias colheram o povo japonês nestes dois primeiros dias de 2024, ceifando dezenas de vidas, deixando centenas de feridos e assustando bastante o país, já acostumado a tantos fatos lamentáveis.

No primeiro dia do ano, um terremoto fortíssimo chacoalhou diversas regiões, e ontem (2/1), um acidente aéreo que poderia ter sido um dos piores da história da aviação, quando uma aeronave A 350 colidiu com um pequeno avião em solo.

O terremoto, apesar da intensidade e duração, causou relativamente “poucas” mortes, bem como não trouxe a destruição que outros tremores já trouxeram. O acidente, por sua vez, apesar das 5 vítimas fatais, também foi diminuto perto do potencial destrutivo.

EXEMPLO PARA O MUNDO

Na Copa do Mundo de 2014, o Brasil assistiu, admirado, à educação nipônica entrar em ação, após as partidas da seleção japonesa. Ao fim dos jogos, unidos, os torcedores limpavam a sujeira que produziram nas arquibancadas dos estádios.

Durante a pandemia do novo coronavírus, igualmente, assistimos a um show de civilidade, urbanidade e colaboração da sociedade japonesa – para consigo mesma e o mundo. Principalmente em respeito aos mais velhos e vulneráveis.

Não sei dizer se pela idade de sua história sobre a Terra, se pelas guerras e catástrofes humanitárias, se por obra da natureza, enfim, o fato é que os japoneses contam com uma disciplina e capacidade de superação, eu diria, únicas no planeta.

VIDAS SALVAS

Em ambos os eventos (terremoto e acidente aéreo), as imagens mostraram um povo ordeiro, sabedor das regras de segurança e medidas apropriadas aos perigos enfrentados, além de uma calma impressionante diante dos riscos fatais.

Durante o terremoto, todos sentaram-se no chão, calmamente, esperando o tremor passar, e quem se encontrava em edifícios altos desceu as escadas, sem atropelo, respeitando crianças e idosos, evitando, como o recomendado, os elevadores.

Já após a colisão das aeronaves, os passageiros cumpriram à risca as determinações da tripulação – muitíssimo bem-treinada, aliás – e assim conseguiram evacuar o avião (em chamas) em apenas um minuto e meio (ninguém morreu no A 350).

E O BRASIL

É claro que a infraestrutura apropriada a terremotos ajudou bastante a diminuir os feridos, mortos e danos materiais. Mas não há como negar a participação exemplar da população durante – e após – o evento, que chegou a quase 8 graus na escala Richter.

Igualmente, é claro que os materiais utilizados na construção dos aviões modernos e o constante treinamento das tripulações foram fundamentais no “pequeno” número de baixas. Mas, novamente, a cumplicidade (positiva) dos passageiros foi determinante.

O que mais me assusta e entristece, no Brasil, não é nossa precariedade construtiva ou absoluta falta de preparo e educação, mas o espírito egoísta e, sim, infelizmente, selvagem, que faz as pessoas, ao invés de acudirem um caminhoneiro – preso em meio às ferragens de um acidente – simplesmente roubarem a carga tombada.

Leia também:

Vereadores aprovam projeto sobre retrofit do Centro de BH

Renúncia de candidato livra federação liderada pelo PT de ter chapa cassada na Grande BH

Mais um sindicato vai ao Tribunal de Justiça para barrar teto de gastos de Minas

Acompanhe O Fator no Instagram

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse