O embaixador Celso Amorim, assessor especial de Lula, teve mais encontros registrados com Joesley Batista, do grupo JBS, do que com a embaixadora dos Estados Unidos.
Os dados foram consultados por O Fator com a ferramenta Agenda Transparente, da agência Fiquem Sabendo. A ferramenta compila dados já públicos no sistema e-Agendas, mantido pelo governo federal.
Até meados desta semana, a ferramenta somava 185 registros de reuniões de Celso Amorim desde o começo do atual governo, em janeiro de 2023, até hoje.
Os dados mostram que Amorim já teve seis encontros com o embaixador da China em Brasília, Zhu Qingqiao – e nenhum com a embaixadora americana, Elizabeth Frawley Bagley.
Amorim esteve uma vez, no Planalto, com a embaixadora dos EUA na ONU em Nova York, Linda Thomas-Greenfield.
Amorim teve ainda dois encontros com a embaixadora do Reino Unido, Stephanie Al-Qaq; e dois com o embaixador de Portugal, Luís Faro Ramos.
Celso Amorim também esteve duas vezes com Joesley Batista, ambas em fevereiro deste ano – nos dias 1º e 23. Na reunião do dia 1º, também participou Aguinaldo Filho, presidente da J&F Investimentos.
Poucos meses depois da reunião, em junho, o governo Lula editou Medida Provisória alterando regras do setor elétrico para facilitar a venda da Amazonas Energia para a Âmbar, empresa do grupo J&F. A Âmbar assinou o termo aditivo que permite a compra do controle da Amazonas Energia na noite de 10 de outubro, logo antes de a MP caducar no Congresso. Pelos termos aprovados pelo diretor-geral da Aneel, todos os brasileiros vão pagar até R$ 14 bilhões adicionais na conta de luz para ajudar a Âmbar a pagar as dívidas da Amazonas Energia.
A Secom do Planalto dirigiu nossas perguntas para a assessoria de imprensa de Celso Amorim, que não respondeu às perguntas de O Fator.
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