Os detalhes do novo pacote fiscal de Fernando Haddad

Medidas visam alinhar o crescimento das despesas obrigatórias com os limites da nova regra fiscal
Haddad não cumpre promessa de superávit fiscal em 2025
pacote inclui mudanças em benefícios sociais, alterações nas regras do salário mínimo e uma reforma no imposto de renda. Foto: Rodrigues Possebom/Agência Brasil

O governo federal divulgou nesta quinta-feira (28) um conjunto abrangente de medidas fiscais que visa economizar R$ 71,9 bilhões entre 2025 e 2026, podendo chegar a R$ 327 bilhões até 2030. O pacote, apresentado após pronunciamento do Ministro da Fazenda Fernando Haddad, inclui mudanças significativas em benefícios sociais e regras fiscais.

Principais Medidas

SALÁRIO MÍNIMO

  • Nova regra vincula o reajuste ao teto do arcabouço fiscal (2,5% ao ano)
  • Sistema atual, que considera inflação mais crescimento do PIB, será modificado
  • Mudança visa compatibilizar aumentos com limites orçamentários

ABONO SALARIAL

  • Teto de renda reduzido de dois salários mínimos para R$ 2.640
  • Valor será corrigido pelo INPC até atingir 1,5 salário mínimo em 2034
  • Medida afeta mais de 60% dos trabalhadores formais atualmente elegíveis

FORÇAS ARMADAS

  • Estabelecimento de idade mínima para reserva remunerada
  • Fim da “morte fictícia” e da transferência de pensão
  • Fixação da contribuição para o Fundo de Saúde em 3,5% até janeiro de 2026

SUPERSALÁRIOS

  • Reforço no cumprimento do teto constitucional de R$ 44.008,52
  • Nova regulamentação das exceções via lei complementar
  • Medida vale para todos os poderes e esferas

Controle Fiscal

EMENDAS PARLAMENTARES

  • Crescimento limitado pelo arcabouço fiscal
  • 50% dos valores de emendas de Comissão destinados ao SUS
  • Bloqueio proporcional aos cortes do Executivo, limitado a 15%

GATILHOS FISCAIS

  • Proibição de novos benefícios tributários em caso de déficit primário
  • Limitação de aumentos reais de pessoal a partir de 2027
  • Restrições para criação de novas despesas

Reforma Tributária

IMPOSTO DE RENDA

  • Ampliação da faixa de isenção para R$ 5 mil
  • Estabelecimento de alíquota mínima para altas rendas
  • Revisão da isenção para aposentados por moléstia grave

O governo encaminhará ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e um Projeto de Lei Complementar (PLP) ainda este ano, com expectativa de votação até 23 de dezembro. A reforma do Imposto de Renda será apresentada em 2025.

O déficit primário, segundo projeções oficiais, deve reduzir de 2,1% do PIB em 2023 para aproximadamente 0,56% em 2024, desconsiderando despesas extraordinárias com a recuperação do Rio Grande do Sul.

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