Do pasto à maturação: os segredos dos queijos da Serra da Canastra

Processo utilizado por produtores da região ajuda a entender título dado pela Unesco à feitura do queijo minas artesanal
Foto mostra queijos Vale do Gurita
Queijo Vale do Gurita é tradição em Delfinópolis. Foto: Gabriela Xavier/O Fator

Delfinópolis – Os métodos de produção dos queijos da Serra da Canastra, tradicional região turística de Minas Gerais, impressionam pelo cuidado meticuloso em cada etapa do processo. Devido à atenção a detalhes como alimentação do gado, técnicas de fabricação e tempo de maturação, a região segue como referência em qualidade no cenário brasileiro.

O segredo começa no pasto. A qualidade do leite, principal matéria-prima, depende diretamente da nutrição das vacas. Thiago Vilela Tristão, proprietário da Queijaria Reserva do Lago, em Delfinópolis, exporta seus produtos para estados como São Paulo e Mato Grosso. Para ele, a saúde do rebanho é fundamental:

“Priorizo que a minha vaca seja sadia o ano inteiro. Uma vaca precisa se alimentar para quatro fins: se manter de pé, nutrir o bezerro na barriga, alimentar o bezerro que mama e ainda produzir leite para a queijaria. Esse cuidado é essencial para garantir um produto de alta qualidade”, diz, a O Fator.

Thiago Vilela, da Queijaria Reserva do Lago
Queijaria Reserva do Lago, de Thiago Vilela, aposta na maturação dos laticínios. Foto: Gabriela Xavier/O Fator

A arte da maturação: o toque final

Outra etapa crucial no processo é a maturação. Esse estágio transforma o queijo ao longo do tempo, com alterações físicas, bioquímicas e microbiológicas. Nas câmaras climatizadas da Serra da Canastra, temperatura e umidade são rigorosamente controladas para aprimorar o sabor, aroma, textura e aparência do produto.

Na Queijaria Vale do Gurita, também em Delfinópolis, a excelência da maturação é um dos pontos altos. A empresa oferece queijos maturados por períodos que variam de 14 dias a 1 ano, com resultados que agradam aos mais exigentes paladares. O queijo Canastra Real, por exemplo, passa por seis meses de maturação, ampliando a intensidade do sabor.

O trabalho dos produtores da Serra da Canastra foi coroado na última quarta-feira (4). Durante um encontro em Assunção, no Paraguai, o modo de fazer queijo da região foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Degustação queijeira ajuda a atrair turistas até a Serra da Canastra.
Degustação queijeira ajuda a atrair turistas até a Serra da Canastra. Foto: Gabriela Xavier/O Fator

Passeios e hospedagens: a Serra da Canastra em tópicos

Queijarias:

  • Queijaria Reserva do Lago: almoço e degustação: R$ 150. Apenas visitação e degustação: R$ 120. A mais premiada da região.
  • Vale do Gurita: a primeira a ser premiada
  • Queijaria Melado (degustação no Lá da Serra)

Restaurantes:

  • Lá da Serra: Degustação de queijo e cerveja artesanal: R$ 180
  • Restaurante Varanda
  • Restaurante Acqualume (almoço)
  • Complexo do Paraíso

Hospedagens:

  • Pousada São José
  • Acqualume
  • Casa Erva Doce

Agência de passeios:

  • Canastra Running – Vinicius Cabral e sua equipe ajudaram a organizar as rotas para conhecer as queijarias e cachoeiras

A repórter viajou a convite do Sebrae para conhecer cidades mineiras famosas pela produção queijeira.

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