O convite para que o vereador Gilson Guimarães (PSB) assuma o comando da Coordenadoria de Vilas e Favelas da Prefeitura de Belo Horizonte em 2025 não caiu bem em setores da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel).
A reação interna na empresa municipal começou assim que O Fator publicou que o parlamentar aceitou o convite do vice-prefeito eleito Álvaro Damião (União Brasil) para o posto, criado pela recém aprovada reforma administrativa.
A resistência estaria baseada em dois aspectos. O primeiro seria uma possível perda de poder e relevância da Urbel, que, até aqui, acumulava as responsabilidades que a coordenaria terá.
O segundo motivo seriam possíveis problemas pessoais entre Gilson e membros da Urbel. O parlamentar fez certa oposição à gestão Fuad em seu primeiro mandato, e teria ficado com a relação desgastada após críticas em plenário à qualidade dos serviços prestados pela gestão municipal.
“Como é que eu, um negro morador de periferia, ficaria do lado da extrema direita? Fiz a escolha consciente de apoiar o Fuad”, destacou Guimarães. “O tempo em que estive no campo de oposição ao prefeito está no passado. Minha equipe e eu jamais desrespeitamos servidores da Prefeitura. Fazíamos críticas pontuais, mas sempre tive um ótimo relacionamento, por exemplo, com o presidente da Urbel, Claudius Vinicius. Precisamos focar agora é no futuro da cidade e de quem vive nas vilas e favelas”, reforçou o vereador.
Criada em 1983, a Urbel é a empresa responsável por criar e implementar políticas públicas, por exemplo, de habitação, urbanização e lazer nas vilas e favelas de Belo Horizonte. Até as mudanças estabelecidas na reforma administrativa, não existia um órgão semelhante à coordenadoria de Vilas e Favelas.
Nas eleições de 2024, Gilson Guimarães apoiou para prefeito, no primeiro turno, o presidente da Câmara Municipal, vereador Gabriel Azevedo (MDB). No segundo turno, aderiu à campanha do prefeito reeleito.