Desde o começo da Operação Lesa Pátria, que se arrasta desde janeiro de 2023, foram presos apenas peixes pequenos. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e que estava de férias do cargo de secretário de Segurança Pública do DF durante o 8 de Janeiro, foi preso antes de a operação começar.
Isso mudou na manhã de 14 de dezembro deste ano, quando a Polícia Federal prendeu preventivamente no Rio o general Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.
Braga Netto, mineiro de BH, estava na lista dos 37 inicialmente indiciados pela PF no inquérito do golpe. Semanas depois, a conta chegou a 40.
Segundo investigação da PF, o general teria atuado para obter informações sobre a delação premiada de Mauro Cid, e também na obtenção e entrega de dinheiro para o monitoramento de alvos e planejamento de sequestros no golpe planejado em 2022 para impedir a posse de Lula e manter Bolsonaro no poder.
O general passou o Natal preso em quarto na 1ª Divisão do Exército, no Rio, com ar-condicionado, TV, armário e geladeira. Um luxo.