Os bastidores da operação da PF em Divinópolis; grupo mirava repasse da Lei Paulo Gustavo

Investigados prometeram intermediar valores via Ministério da Cultura para, depois, pegar parte do dinheiro
Grupo queria parte dos repasses da Lei Paulo Gustavo
Grupo queria parte dos repasses da Lei Paulo Gustavo / reprodução

A operação da Polícia Federal na noite desta terça-feira (23) em Divinópolis aconteceu depois que membros da prefeitura alertaram a corporação sobre um encontro de “cobrança” no final da tarde. O grupo investigado planejava exigir de um membro do Executivo parte dos valores dos repasses da Lei Paulo Gustavo depois de, supostamente, ter intermediado o envio de quase R$ 2 milhões pelo Ministério da Cultura.

O FATOR apurou que, no ano passado, um grupo de lobistas teria se aproximado de um secretário da Prefeitura de Divinópolis apresentando uma proposta de levar cerca de R$ 2 milhões via Lei Paulo Gustavo, de incentivo à cultura, para o município e, quando o recurso chegasse, uma licitação fosse aberta para a distribuição dos valores. No plano dos investigados, a empresa deles venceria o certame, ficando com metade do recurso.

Membros da prefeitura, então, levaram a situação para a Polícia Federal, que passou a acompanhar o caso. “Eles afirmaram possuir contatos para garantir o repasse de R$ 1,9 e milhão do Ministério da Cultura para Divinópolis”, conta um interlocutor.

De fato, em agosto, o repasse foi autorizado pelo governo federal e depositado nas contas do município. Só que, ao contrário do que almejavam os investigados, a Prefeitura destinou os repasses da verba para artistas locais, sem abrir licitação. Na sexta-feira (22), uma cerimônia para celebrar os repasses foi realizada, fato que teria revoltado os investigados.

O grupo, então, na manhã desta terça-feira, se exaltou contra um dos secretários que haviam abordado e exigiu uma reunião presencial às 17h, dentro da sede da prefeitura, para cobrar os valores. A PF voltou a ser acionada, já que o encontro poderia, de fato, levar risco a vida dos envolvidos.

Ao todo, quatro homens foram presos em flagrante. A PF realizou oitivas durante a noite e, em breve, deve ampliar a investigação. Existe a suspeita de que o grupo possa ter realizado esquemas parecidos em outras prefeituras.

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