Júlio Soares
A pesquisa Genial/Quaest divulgada nessa segunda-feira (27), que mostrou que o índice de desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 49%, foi recebida como uma espécie de alerta por lideranças petistas em Minas Gerais. Há, por exemplo, o entendimento de que o governo federal precisa melhorar pontos ligados à comunicação e aprimorar as estratégias de reação a ações da oposição.
A rejeição de 49% fez com que, pela primeira vez desde a posse, a desaprovação superasse o nível de satisfação com o chefe do Executivo federal, que marcou 47% no levantamento da Quaest.
De acordo com o presidente do PT de Minas Gerais, deputado estadual Cristiano Silveira, em 2025, a sigla precisará ampliar a divulgação de ações feitas pelo Palácio do Planalto em Minas. Segundo ele, o ano também precisa ser utilizado para ampliar o leque de apoios que Lula poderá ter caso decida concorrer à reeleição.
“Alguns elementos podem ter contribuído para os números da pesquisa. Um problema é a comunicação do governo, que não tem sido eficiente, a exemplo da polêmica do Pix. E, quando são ações positivas, elas não reverberam tanto quanto as notícias negativas. Também o custo de vida tem impactado, em especial o preço dos alimentos. Em Minas, precisaremos reforçar as ações do governo, entre elas programas, repasses, transferências e obras. Recentemente, a concessão da BR-381, por exemplo, deu uma repercussão positiva no estado”, aponta, a O Fator.
O deputado federal Rogério Correia prevê um ano de acirramento na disputa entre os apoiadores de Lula (PT) e os defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Houve, sim, uma queda na aprovação do governo. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer isso. Nos últimos meses, tivemos uma onda de fake news muito forte que não soubemos rebater da forma necessária, como aconteceu na falsa taxação do Pix. Agora, mais recentemente, espalhou-se essa mentira de que o governo iria ampliar o prazo de validade dos alimentos para baratear o custo. Este será um ano de disputa no campo democrático”.
Rogério acredita que a situação política de Bolsonaro, declarado inelegível pela Justiça Eleitoral, pode auxiliar na recuperação do PT.
“Em fevereiro, por exemplo, Bolsonaro será denunciado pela PGR. Acredito que, ainda em 2025, Bolsonaro vai ser preso, e nós precisaremos estar preparados para que a verdade prevaleça e os crimes que ele cometeu fiquem demonstrados”, projeta.
