A volta aos trabalhos dos vereadores de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (3), foi marcada por tranquilidade entre os integrantes da base aliada ao prefeito Fuad Noman (PSD). Após a derrota de Bruno Miranda (PDT) na disputa com Juliano Lopes (Podemos) pela presidência da Câmara Municipal, houve fissuras expostas na relação com o Legislativo. Agora, sem projetos considerados prioritários para o Executivo no radar, o discurso é de reaglutinar os aliados.
“O governo irá ganhar mais respaldo dos vereadores no dia a dia. Neste momento, não há da parte da Prefeitura a apresentação de projetos mais ‘estratégicos’. Vamos aproveitar este período para ampliar as conversas com os grupos. Tenho certeza que teremos maioria nos projetos que forem importantes para a cidade”, disse Bruno Miranda, reconduzido ao posto de líder de governo, em conversa com O Fator.
O nome do novo vice-líder de governo, entretanto, ainda não está definido. Até dezembro, o posto era ocupado por Wagner Ferreira (PV), um dos entusiastas da campanha que levou Juliano Lopes ao comando do Legislativo belo-horizontino.
Do lado da oposição, a projeção é de uma relação programática com a Prefeitura de BH. Filiado ao PL, principal partido do bloco antagônico a Fuad, o novo secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara, Pablo Almeida, afirmou que a legenda não indicará nomes para cargos no Executivo.
“Não queremos ter nada que nos ligue obrigatoriamente ao governo. Nossa bancada é de representação e independência. Sempre que a prefeitura apresentar bons projetos para Belo Horizonte, votaremos a favor. Caso algum projeto represente o interesse apenas de minorias, nos posicionaremos contra”, afirmou.
Nome de consenso
O decreto assinado na última semana pelo prefeito em exercício Álvaro Damião (União) para entregar, ao secretário de Relações Institucionais, Paulo Lamac (Rede), o papel de liderar os diálogos da Prefeitura com a Câmara, foi bem recebido pela maioria dos vereadores.
Parlamentares de partidos como PT, Novo, PCdoB, PRD e PV foram unânimes em afirmar que Lamac tem experiência política suficiente para ocupar o cargo, e que, a princípio, sua escolha foi um acerto do Executivo.
Ex-vice-prefeito e ex-deputado estadual, Lamac integra o grupo político de Fuad Noman. Embora a pasta de Relações Institucionais tenha recebido protagonismo na relação com o Legislativo, outra parte das atribuições ligadas às conversas com os vereadores ficará sob o guarda-chuva da Secretaria de Governo, chefiada interinamente por Guilherme Daltro, chefe de gabinete de Damião.
Mulheres definem presidente de comissão
Ainda nesta segunda-feira, a Comissão de Mulheres, único colegiado da Câmara de BH que ainda não tinha tido sua presidência definida, bateu o martelo sobre o tema. O posto ficará a cargo de Loíde Gonçalves, do MDB.
As articulações que culminaram na escolha de Loíde foram lideradas por Flávia Borja (DC), que ficou com a liderança da Bancada Cristã. A ideia é ter, na presidência da Comissão de Mulheres, uma parlamentar ao centro do espectro político.