As atividades na Câmara Municipal de Belo Horizonte terão início nesta quinta-feira com promessa de clima quente. Na pauta de discussão, nas primeiras semanas, estão o transporte público, o reajuste dos servidores, e a continuidade da comissão processante que analisa a cassação do presidente da Casa, o vereador Gabriel (Sem partido). Os temas serão fio condutor para mais atritos entre o chefe do legislativo e o prefeito Fuad Noman (PSD).
Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira na Câmara Municipal, Gabriel já deu uma prévia das discussões. Ao comentar sobre o transporte público, o presidente da Casa criticou as medidas anunciadas na última semana por Fuad Noman, que determinou tolerância zero contra as irregularidades das empresas de ônibus. “Na semana passada o que vi na prefeitura foi um teatro e um marqueteiro. Fiquei com vergonha alheia do prefeito. Acordou agora? Assumiu o mandato agora?”, questionou o chefe do Legislativo.
Ainda dentro do tema, Gabriel criticou a falta de implementação de faixas exclusivas de ônibus, passados um ano da aprovação do projeto de lei que determina a medida, além da estratégia das empresas de coletivos de aderir ao programa Reativa BH para obter descontos nas multas aplicadas pela prefeitura. O valor das infrações pode cair de R$ 50 milhões para R$ 10 milhões.
Empréstimos de R$ 2 bilhões
Oito projetos de lei de autoria da prefeitura de Belo Horizonte estão tramitando na Câmara pleiteando empréstimos para obras. Na última semana, quando a capital mineira foi atingida por um forte temporal, Fuad Noman afirmou que encaminhou as proposições, mas o presidente da Casa sequer deu número aos documentos.
Gabriel rebateu o prefeito dizendo que os projetos têm informações incompletas. “Temos quatro mensagens do Executivo com potencial de quebrar ainda mais na cidade. (Pedidos de) Empréstimos de R$ 2 bilhões em ano eleitoral. Textos que não dizem para onde vai o recurso. E isso pode significar receber o dinheiro e colocar aonde quiser”, criticou.