O carnaval é para todos! Mas será mesmo?

Foto mostra a Igreja da Boa Viagem
Igreja da Boa Viagem terá de ficar fechada no carnaval deste ano. Foto: Iepha/Divulgação

O carnaval foi trazido para o Brasil pelos colonizadores portugueses e os historiadores afirmam que a festividade se firmou em nosso país por volta do século XVI, mas isso todos nós já estudamos na escola. Músicas, danças, carros alegóricos, blocos nas ruas e muitas pessoas com poucas roupas e bebidas nas mãos! Basicamente é esse o formato da festa.

Dizem que o carnaval é a festa da “diversidade” e que ele é para todos, mas será que é mesmo?

A cidade continua existindo para quem não participa do carnaval?

Bom, pelo menos deveria.

Em Belo Horizonte o carnaval ganhou força e, em suas últimas edições, reuniu milhões de pessoas. A previsão é que em 2025 a capital de Minas Gerais receba cerca de 6 milhões de pessoas de todo o Brasil e do mundo, porém existem pessoas que não participam das festividades, mas que não param suas vidas por isso. E um desses grupos são as comunidades de fé!

Em outros carnavais recentes, acompanhamos cenas lastimáveis.

No centro de Belo Horizonte, temos um patrimônio histórico da nossa cidade. Bem na praça Raul Soares está localizada a Primeira Igreja Batista de BH, uma igreja centenária, que viu milhares e milhares de fiéis se rendendo a Jesus e que resgatou, cuidou e assistiu incontáveis famílias.

Essa igreja teve seu templo atacado. Pessoas urinaram em suas paredes e arremessaram objetos. A concentração popular impediu que os fiéis tivessem acesso às dependências do templo.

Outra igreja de igual relevância é a Batista do Barro Preto, que viu seus cultos sendo atrapalhados por aglomerações, concentrações e banheiros químicos bem na sua entrada, demonstrando falta de respeito às pessoas e à fé. A Igreja da Boa Viagem, escolhida no ano passado como o “Marco Zero de Belo Horizonte”, ficará fechada durante o período, impedindo inclusive a visitação cultural do monumento. A Primeira Igreja Presbiteriana, situada na Avenida Afonso Pena, teve que recorrer à colocação de tapumes por ter sido depredada no passado.

Então, o carnaval é mesmo para todos?

Em 2024, conseguimos intervir bastante e ajustar as rotas dos blocos e evitar que o mesmo acontecesse, diminuindo esse impacto nas celebrações. Buscamos soluções e conseguimos trazer bons resultados, mas agora, em 2025, temos notícias de igrejas que terão de ficar fechadas e fiéis que serão impedidos de ir até o templo. Como é isso? O carnaval é para todos, mas depende?

É o famoso ditado popular “Dois pesos, duas medidas.”

Na última semana, tive a honra de ser conduzida à Presidência da Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Gostaria de aproveitar e externar por aqui, aos meus colegas, minha gratidão pela confiança e pelo empenho em podermos trabalhar juntos pelas pautas que norteiam nossa frente.

Em conjunto, já tivemos a iniciativa de fazer uma indicação ao prrefeito, pedindo que os templos religiosos tenham seus espaços respeitados para que os cultos e missas sejam garantidos e preservados.

Em um documento assinado pela Frente Parlamentar, indicamos que o prefeito determine que blocos passem a uma distância razoável das portas dos templos, nos dias e horários de cultos e que não aconteçam, nesses mesmos locais, concentrações ou dispersões de eventos. Um ponto importante é garantir que banheiros químicos, palcos, food trucks ou qualquer outra estrutura física não sejam colocados próximos as entradas dos templos.

Com alguns ajustes e bastante empenho do poder público, garantiremos que todos sejam respeitados e tenham o direito, de fato, de utilizarem o feriado da maneira como se sentirem mais representados.

Isso é respeito.

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