A decisão do governo Zema em retaliar deputados da base, que votaram contra o projeto de reajuste de 4,62% a servidores, nesta quarta (6), foi tomada não só para tentar reverter os votos dos “infiéis”, mas também para dar um recado aos outros parlamentares da base. Até o início desta semana, havia certo descontentamento de deputados que se mantinham fiéis às orientações do Executivo mas que, no fim das contas, recebiam o mesmo tratamento dos parlamentares que, vez ou outra, votavam contra o governo e ainda assim mantinham o status de base. A ideia, agora, é “acabar com isso”.
Na votação de terça, interlocutores do governo leram o resultado do plenário como a demonstração real do tamanho da base: entre 31 e 34 votos. Na avaliação dos auxiliares políticos de Zema, se não houvesse uma retaliação pra valer aos “infiéis”, o resto dos aliados poderia não se manter alinhado para próximas votações.
Pelo que apurou O Fator, os retaliados foram os deputados Chiara Biondini (PL), Charles Santos (Republicanos), Dr Wilson Batista (PSD), Arnaldo Silva (União) e Lud Falcão (Podemos).
Como retaliação, o governo exonerou indicados por Chiara Biondini e seu pai, o deputado federal Eros Biondini (PL-MG), em cargos no Estado. A parlamentar disse não ter recebido comunicação prévia e que soube sobre as demissões pelo Diário Oficial.
Os outros parlamentares também devem perder aliados indicados ao Estado.
No caso de Lud Falcão, a retaliação pode vir, ainda, via partido. Ela é casada com o prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão, que se filiou ao Novo em 2022. Apesar da irritação do governo com a deputada, Lud votou contra o que o Executivo queria somente no projeto que envolvia os servidores da segurança pública – nos outros, votou com a base. Já Chiara Biondini, por exemplo, votou contra na segurança e se absteve dos outros.