Falta de mão de obra qualificada é principal gargalo do setor leiteiro em Minas, mostra estudo da UFV

Pesquisados traçaram os maiores desafios do setor
Processo de ordenha de vacas em fazenda no Brasil
Minas Gerais possui cerca de 220 mil produtores de leite. (Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) identificou a escassez de mão de obra qualificada como o principal desafio enfrentado por todos os segmentos da cadeia produtiva do leite em Minas Gerais. A pesquisa, que abrangeu seis regiões do estado, incluindo Formiga, Patos de Minas, Juiz de Fora, Três Marias, Pompéu e Uberlândia, envolveu mais de 60 entrevistas com atores-chave de todos os elos da cadeia produtiva.

O diagnóstico estratégico, apresentado parcialmente a interlocutores do governo de Minas, revelou que a falta de profissionais qualificados afeta desde o fornecimento de insumos até o varejo, passando pela produção e processamento do leite. Este gargalo comum surge em um cenário já desafiador para o setor, que enfrenta pressões de custos e margens apertadas.

Além da questão da mão de obra, o estudo apontou outros desafios significativos:

  1. Para os fornecedores de insumos: problemas relacionados à tributação, escala de produção, logística e acesso à tecnologia por parte dos produtores.
  2. Para os produtores de leite: preço dos insumos e de venda do produto, custo da energia elétrica, acesso ao crédito e questões de nutrição animal.
  3. Para os laticínios: dificuldades com a fiscalização, especialmente para obtenção do Selo de Inspeção Federal (SIF), concorrência desleal e problemas com a qualidade do leite recebido.

O estudo também destacou uma relação conflituosa entre os diferentes elos da cadeia, prejudicando o desempenho do setor como um todo. Além disso, foi identificada uma dualidade entre a produção de leite como commodity e a produção de lácteos artesanais premium, levantando questões sobre a viabilidade dessa coexistência.

Estes resultados são particularmente relevantes considerando que Minas Gerais é responsável por 25,3% da captação formal de leite no Brasil, com uma média mensal de 522 milhões de litros, segundo dados do Informativo de Mercado do Leite da FAEMG.

A apresentação deste diagnóstico pela UFV serve como base para a formulação de políticas públicas e estratégias empresariais visando o fortalecimento da cadeia produtiva do leite no estado. A priorização da qualificação da mão de obra emerge como um ponto crucial para melhorar a competitividade do setor leiteiro em Minas Gerais.

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