Lula defendeu incluir carnes na cesta básica, que será isenta de impostos na reforma tributária. Foi em entrevista na terça (2) à Rádio Sociedade, da Bahia.
Lula perdeu. No relatório publicado nesta quinta (4) pelos deputados, as carnes permaneceram fora da cesta básica.
Se Lula fosse mesmo apaixonado pela ideia, claro, poderia ter incluído as carnes na cesta básica no texto que Haddad enviou ao Congresso em abril. Mas sigamos.
Lula não acompanha tanto a CBS e o IBS. Ele prefere a JBS.
Os negócios dos irmãos Batista têm acumulado várias vitórias recentemente.
Em dezembro de 2023, Dias Toffoli (indicado por Lula) suspendeu o pagamento da multa de R$ 10,3 bilhões (com “b” de boi) do acordo de leniência da J&F.
Em fevereiro deste ano, Lewandowski tomou posse como ministro da Justiça. Logo depois de deixar o STF, ele havia sido contratado como “consultor sênior” do Grupo J&F na briga com os indonésios da Paper Excellence pela Eldorado Papel e Celulose. Em sua posse, Lewandowski notou a presença de Toffoli: “(…) com muito carinho a presença do meu amigo (…) sou muito grato pela sua presença, ministro Toffoli”.
Em abril, o TRF-4 confirmou tutela cautelar concedida pelo desembargador Rogério Favreto (aquele mesmo que concedeu habeas corpus a Lula durante o plantão na Copa do Mundo de 2018) para suspender a transferência das ações da Eldorado em posse da J&F Investimentos para os indonésios. Semanas depois da decisão, Wesley Batista anunciou um investimento de R$ 25 bilhões (com “b” de boi) para a construção de uma nova unidade da fábrica de celulose em Três Lagoas (MS).
Em junho, como o Estadão mostrou, Lula editou Medida Provisória que beneficia a Âmbar, empresa dos irmãos Batista no setor elétrico. A conta de luz de todos os brasileiros será usada para socorrer o caixa da Amazonas Energia, eliminando assim o risco de os irmãos ficarem sem receber.
Com Lula, o Brasil caminha a passos largos para se tornar a República do Batistão. Carne sem imposto seria a coroação do processo.