Auxiliares da Prefeitura de Belo Horizonte têm atuado de forma intensa para convencer vereadores da base do prefeito Fuad Noman (PSD) a reverterem o resultado da votação em primeiro turno do Projeto de Lei 660/2023, que altera as regras da outorga onerosa na capital mineira.
Pelo que O Fator soube, os interlocutores têm abordado parlamentares cobrando fidelidade da base governista. Na votação anterior, boa parte dos vereadores aliados de Fuad Noman votaram de forma contrária à posição defendida pela prefeitura, surpreendendo o Executivo municipal.
A pressão ocorre às vésperas da votação em segundo turno no plenário da Câmara, prevista para ocorrer nesta semana. O projeto de lei, que visa facilitar a construção de empreendimentos imobiliários em Belo Horizonte, é defendido por classes e entidades fortes no Estado, além do setor imobiliário, o que dificultou a posição dos parlamentares, mesmo aqueles aliados ao prefeito.
Articulação de Brasília e crise na base
A aprovação do projeto em primeiro turno, com 29 votos favoráveis, inclusive de vereadores do Avante, União Brasil e até mesmo do PSD, partido de Fuad Noman, foi resultado de uma articulação que envolveu orientações vindas de Brasília e setores empresariais.
Essa votação também pegou carona na crise de relacionamento entre a Prefeitura de BH e membros da base do prefeito. Como revelado anteriormente, uma mudança no cargo de uma indicada pelo Avante provocou uma crise com o partido, que entregou outros cargos indicados na Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Os votos favoráveis dos vereadores Juninho Los Hermanos e Claudiney Dulim, do Avante, foram vistos como uma resposta do partido aos interlocutores de Fuad Noman.
Posicionamento da Prefeitura
Apesar da movimentação contrária ao projeto, membros da prefeitura minimizaram a votação anterior e, em anonimato, afirmaram que o resultado pouco teve a ver com movimentações de base e oposição. A orientação contrária ao texto seria, na realidade, somente uma forma de manter a posição antagônica a movimentações políticas do presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (MDB), que apoiou o projeto.