O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, não aparece na denúncia oferecida na noite desta terça (18) por Paulo Gonet sobre a tentativa de golpe de Estado.
Não aparece mesmo: a palavra “Valdemar” está ausente das 272 páginas.
Valdemar estava na lista de indiciados pela Polícia Federal, em novembro.
O nome dele aparece 33 vezes no relatório.
Para a PF, Valdemar “atuou de forma dolosa” na fracassada petição ao TSE para cancelar dezenas de milhões de votos das urnas mais velhas, em linha com a conspiração ventilada pelo Instituto Voto Legal (IVL) e pelo blogueiro argentino Fernando Cerimedo (este também indiciado pela PF e poupado na denúncia de Gonet).
No relatório da PF, Valdemar “não apenas [tinha] ciência da elaboração do relatório com dados falsos sobre as urnas eletrônicas, mas também foi um dos responsáveis, justamente com JAIR BOLSONARO, por tomar a decisão de divulgar o conteúdo falso”.
A denúncia de Gonet relembra “laudo de auditoria feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo Partido Liberal”. Diz ainda que “[c]om base nos dados falsos, os denunciados contestaram o resultado das eleições presidenciais”.
O sujeito que comandava o Partido Liberal permanece oculto e não sabido.
A assessoria de imprensa da PGR disse a O Fator que “a PGR entendeu não haver elementos suficientes para embasar uma denúncia. Caso surjam fatos novos, a ação poderá ser proposta”.
A assessoria de Valdemar não quis comentar.
Em artigo na piauí, o professor Rafael Mafei escreveu: “como a maior esperança dos bolsonaristas neste momento é a anistia que tentam obter no Congresso Nacional, não se pode descartar que o procurador-geral tenha escolhido poupar, por estratégia, o presidente do partido que tem a maior bancada na Câmara e a segunda maior no Senado”.
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