Após calotes, governo de Minas adota nova tática para acordos de leniência

Empresa pagará R$ 66 milhões ao estado por conta de irregularidades identificadas em contrato
Inaugurada em 2010, Cidade Administrativa teve construção cercada de polêmicas. Foto: Divulgação
Por força dos acordos, a empresa pagará o total de R$ 66.316.257,76 milhões de reais, em parcela única, em até 30 dias. Foto: Divulgação

O acordo de leniência assinado pelo governo de Minas com a empresa de tecnologia SAP Brasil tem um detalhe diferente dos demais acordos feitos pelo estado: desta vez, a gestão Zema incluiu a obrigatoriedade de pagamento à vista, e não mais com a possibilidade de parcelamento.

Ao todo, o valor que a SAP Brasil concordou em pagar é de R$ 66,3 milhões, a ser quitado em até 30 dias.

A mudança na estratégia de pagamentos vem após experiências anteriores malsucedidas com acordos parcelados. O caso mais emblemático foi o da Andrade Gutierrez, rompido pelo Estado em setembro deste ano, após a construtora deixar de pagar seis parcelas consecutivas de um total previsto de R$ 128,9 milhões.

Histórico de inadimplência

Os três primeiros acordos de leniência firmados pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) foram estabelecidos com longos prazos de pagamento:

  • Andrade Gutierrez (2021): R$ 128,9 milhões em 10 anos
  • Coesa, ex-OAS (2022): R$ 42,7 milhões em 19 anos
  • Novonor, antiga Odebrecht (2022): R$ 202,4 milhões em 21 anos

O caso SAP

O acordo com a SAP Brasil surgiu após investigações da CGE identificarem irregularidades no Pregão Eletrônico nº 06/2014, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, para contratação de sistema de gestão de recursos humanos. Em fevereiro de 2023, a empresa reconheceu práticas ilícitas em conluio com outras empresas e agentes públicos estaduais.

Além do pagamento, a empresa se comprometeu a fornecer informações sobre os ilícitos praticados e manter seu programa de compliance, já avaliado como efetivo pela CGE. O acordo conta com a interveniência do Ministério Público de Minas Gerais e inclui um Termo de Acordo de Reparação de Danos.

Os valores serão destinados ao Tesouro Estadual e ao Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais.

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