Os vereadores do PL no município de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), acompanham atentamente as articulações que podem implicar na criação de dois grandes blocos parlamentares na Câmara Municipal. Caso esse movimento se confirme, os vereadores do PL — Mauricinho do Sanduíche, Tia Keyla e Pedro Luiz — correm o risco de ficar isolados nas comissões temáticas da Casa, sem serem designados titulares de comitês tidos como importante — ou mesmo nomeados para colegiados sem relação direta com os eixos de atuação de cada um.
A articulação para a criação de dois blocos sem a participação do PL, que teria de atuar como bancada isolada, tem respaldo no Regimento Interno da Câmara Municipal de Contagem, que prevê que as comissões sejam constituídas com a proporcionalidade de votos que cada partido teve na eleição.
Embora o PL tenha sido a legenda mais votada na cidade, com o apoio de 32,7 mil eleitores, a formação de duas coalizões de partidos faria com que a representação da proporcionalidade de votos do PL perdesse força, uma vez que a soma dos votos recebidos e somados dos partidos de cada bloco passaria a ser o critério para a divisão das comissões.
Apoiado pelo deputado federal Nikolas Ferreira, o vereador Pedro Luiz — o mais votado da legenda, com 9.330 votos — confirmou a O Fator as preocupações quanto à formação de dois blocos sem o PL.
“Acredito que estejam fazendo um balão de ensaio, divulgando esta tese para ver se vai ‘colar’. Eu continuo acreditando na independência da Casa que nos foi assegurada pelo presidente Bruno Barreiro (PV)”, disse o vereador.
Mauricinho, por sua vez, disse que sabia que os vereadores do PL não terão vida fácil na Câmara Municipal.
“Também por antever esse tipo de dificuldade que o nosso partido lançou minha candidatura à presidência da Câmara Municipal”, afirmou.
A reportagem procurou a vice-líder do governo na Câmara Municipal, a vereadora Adriana Souza (PT), para comentar o assunto, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.