Articulação para apoiar Engler, erro com Kalil e 2026: presidente do Republicanos em Minas fala sobre o futuro do partido

Deputado federal Euclydes Pettersen revelou a O Fator articulações em BH e Minas
O deputado federal Euclydes Pettersen
Euclydes Pettersen é o presidente diretório mineiro do Republicanos. Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O Republicanos pode envolver o apoio à candidatura de Bruno Engler (PL), no segundo turno em Belo Horizonte, em troca do endosso do partido bolsonarista ao deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato à Câmara dos Deputados. É o que revelou a O Fator, em entrevista exclusiva, o deputado federal e presidente do Republicanos mineiro, Euclydes Pettersen.

Além do apoio a Engler, Euclydes comentou sobre o futuro do Republicanos no estado e afirmou considerar “um erro” a ida do ex-prefeito Alexandre Kalil para a campanha de Mauro Tramonte em BH.

Confira a entrevista na íntegra:

  • Como fica o Republicanos para o segundo turno em Belo Horizonte?

Estamos avaliando junto à direção nacional do partido, com o presidente estadual, que sou eu, e também com nosso líder, Hugo Motta, que é nossa prioridade hoje para a eleição da Presidência da Câmara. E o PL fez um gesto ontem importante, com o Hugo, de nos apoiar. Principalmente a bancada mineira. Então, é momento de a gente retribuir. Por isso, estou trabalhando nisso como presidente estadual, tomando frente, para a gente retribuir isso ao PL, com um apoio do nosso partido, do nosso presidente nacional, e do próprio Hugo que é o nosso líder, e também do próprio Tramonte. Ainda não acertamos 100% de apoio ao Bruno Engler, mas esse é o pensamento. É uma boa a gente conseguir fazer o elo ao PL.

  • O senhor tem a percepção de que o Republicanos será decisivo? Parte do eleitorado religioso e da periferia caminhou com Tramonte.

Tenho total percepção disso. Tramonte é uma pessoa que tem votos. Os votos que ele teve são dele, pelo prestígio, de uma longa jornada na vida pública como deputado estadual. Ele é uma peça fundamental. Tudo isso só se concretiza com a fala dele, com o apoio dele. Nós sabemos que o partido é muito importante, e o Tramonte é uma pessoa muito fiel ao partido. Uma pessoa muito amiga, muito companheira. Um companheiro de todos. Mas para que isso tudo dê certo, dependemos do Tramonte concordar e de pronto apoiar o Bruno Engler.

  • Por que, na visão do Republicanos, Tramonte não foi para o 2° turno?

Fizemos uma composição lá atrás com o governo Zema, indicando de pronto a Luísa Barreto (para o posto de vice), uma indicação do próprio governo. Uma ex-secretária, que tem gestão e propriedade para assumir o cargo e concluir a gestão. Tentamos unir a popularidade do Mauro com a experiência e o poder de gestão, de ajuda e apoio do governo do estado, para governar a cidade mais importante do nosso estado. Só que houve outros arranjos, apoios, outras situações que não se consolidaram e que prejudicaram a eleição do Mauro.

  • Dá para dizer que a entrada do Kalil foi um erro?

No meu ponto de vista, sim. Como presidente estadual. Do ponto de vista do presidente municipal (Gilberto Abramo), não. Houve essas divergências, mas a gente aceita e temos nossa opinião, mas também respeita a opinião dos outros. E Kalil foi uma pessoa que foi prefeito de Belo Horizonte, com uma aceitação muito grande na época em que foi prefeito, mas acho que o momento não era de trazer alguém, lá de trás, para o momento atual. Mas, sim, de dar credibilidade à popularidade do Mauro tinha, mostrando para os eleitores de Belo Horizonte que ele tinha capacidade de fazer gestão, junto ao governo do estado. Com parcerias e de estabilidade para ele governar. Acho que nós não conseguimos passar isso com a vinda do Kalil

  • Como fica a articulação para Kalil poder assumir um cargo no partido após a eleição?

Nunca comentei isso. Nunca cheguei a comentar isso. Houve essa conversa, mas eu nunca tive essa reunião. Também nunca conversei com Kalil, a verdade é essa. Ele tem mais aproximação com o presidente municipal, que é o Gilberto Abramo.

  • Se Abramo quiser entregar o diretório municipal a Kalil, é dele?

Não. Aí, precisamos avaliar. Belo Horizonte é uma cidade muito importante. Teríamos que avaliar como será feito. Mas acredito que Gilberto Abramo continua.

  • Ainda sobre BH, é provável que o governo federal e Lula entrem com certa força no apoio a Fuad Noman. Espera alguma tentativa do governo federal em buscar algumas lideranças, como o senhor, para tentar reverter esse aceno a Bruno Engler?

Pode haver alguma tentativa assim, e isso é mais do que justo. E na política é mais do que certo. É do jogo tentar composição e conversas, mas eu volto a dizer que a nossa prioridade, depois do Tramonte, hoje, é a eleição do Hugo Motta, deputado federal e líder da nossa bancada. Nós temos uma aproximação muito grande com o PL, uma vez que o PL fez o gesto de apoio ao nosso candidato. Essa aproximação é muito importante para a gente conseguir consolidar o projeto de uma parceria partidária do PL e do Republicanos, e de partidos que consolidem cada vez mais a nossa ideologia. Eleitoralmente falando, somos de centro-direita.

  • Que avaliação faz do desempenho do Republicanos nas eleições municipais em Minas

Saio super satisfeito. Essa é uma avaliação macro do partido e a nossa meta era dobrar o tamanho da legenda no estado, e a nível nacional o crescimento foi de 43% e no nosso estado nós passamos de 100%. Conseguimos entregar aquilo que fizemos de compromisso, lá atrás, no dia em que assumimos o diretório do partido. Chegamos agora à casa de 83 prefeitos e ficamos na segunda colocação no estado. Então, nossa avaliação é super positiva. Que quero parabenizar os quatro deputados federais: Gilberto Abramo, eu, Lafayette Andrada e Samuel Viana. Quero parabenizar também os quatro estaduais: Enes Cândido, Charles Santos, Carlos Henrique e Mauro Tramonte, e nosso senador Cleitinho. E fazer essa reflexão não só com o número de municípios de prefeitos que nós elegemos, mas também com o tamanho da nossa bancada. Tínhamos três deputados estaduais e, hoje, temos quatro. Não tínhamos senador; hoje, temos. Tínhamos dois deputados federais e, hoje, temos quatro. Fomos um dos partidos que mais cresceu.

  • O senhor citou o senador Cleitinho. Para 2026, há um caminho aberto para uma candidatura dele ao governo de Minas?

Nós temos hoje um nome, que é o senador Cleitinho. É publico e notório que ele é uma sensação não só em Minas Gerais, mas também em nível nacional. Estamos trabalhando para lançar um candidato ao governo de Minas. E pode ser, sim, o nome de Cleitinho.

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