Campanha de Tramonte contrata alvo de ação do MP por nepotismo na gestão Kalil em BH

Marcelo Amarante Guimarães foi nomeado em 2020 para um cargo enquanto sua irmã também atuava no município
O ex-prefeito é um dos coordenadores políticos da campanha de Tramonte à PBH e vai se filiar ao Republicanos. Foto: Divulgação
O ex-prefeito é um dos coordenadores políticos da campanha de Tramonte à PBH e vai se filiar ao Republicanos. Foto: Divulgação

A campanha do deputado estadual e candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Mauro Tramonte (Republicanos), declarou à Justiça eleitoral gastos de R$ 14 mil com Marcelo Amarante Guimarães, alvo de uma ação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por suposto caso de nepotismo na Prefeitura de Belo Horizonte. Guimarães é, segundo o MPMG, irmão de uma ex-namorada do ex-prefeito Alexandre Kalil, que o teria nomeado para um cargo na Fundação de Parques e Zoobotânica de BH de forma ilegal.

Marcelo Amarante Guimarães foi exonerado do cargo na PBH em julho, dias depois do anúncio do apoio de Kalil à candidatura do deputado estadual. O ex-prefeito é um dos coordenadores políticos da campanha de Tramonte à PBH e vai se filiar ao Republicanos.

À Justiça eleitoral, a campanha de Tramonte declarou que a contratação de Marcelo se deu para a “prestação de serviços de produtor”. O ex-funcionário da Zoobotânica da capital é veterinário.

Segundo a ação do MPMG, que ainda tramita na Justiça estadual, o nepotismo ocorreu pelo fato de que a ex-namorada de Kalil teria sido nomeada para um cargo de assessora jurídica no gabinete do prefeito em 2017. Três anos depois, Marcelo Amarante Guimarães foi nomeado no município, para o cargo na Fundação de Parques e Zoobotânica de BH.

“Como se vê, as provas testemunhais e documentais revelam, de modo cristalino, que ALEXANDRE KALIL tinha pleno conhecimento de que M.A.G. era irmão de uma servidora ocupante de cargo comissionado, bem como que a indigitada servidora, F.A.G. foi ‘namorada’ do ex-prefeito”, mostra trecho da ação feita pelo MPMG.

Para os promotores, a nomeação de Marcelo violaria trechos da Lei 8.429/92, que pontua a ilegalidade em “nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas”.

Tanto Marcelo quanto a ex-namorada do ex-prefeito foram ouvidos ao longo do inquérito do MPMG.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da campanha de Tramonte mas, até a publicação desta matéria, não havia um posicionamento. Assim que houver, esse texto será atualizado.

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