Depois de o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) arquivar um Procedimento Preparatório Eleitoral (PPE) que investigava uma possível fraude à cota de gênero na chapa do PSD que concorreu às vagas da Câmara Municipal de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o partido pode ser alvo de outra ação a respeito da mesma questão. O PDT de Contagem quer nova investigação eleitoral e apresentará uma testemunha dizendo que Cleuza Alves de Oliveira, a Cleuza Kadoshi, candidata que não votou em si mesma na disputa de outubro, teria tido a mesma atitude em 2018, quando se candidatou a deputada estadual.
Como já mostrou O Fator, Cleuza recebeu apenas dois votos no pleito deste ano. Nenhum deles, entretanto, foi registrado na seção eleitoral em que ela está cadastrada.
Segundo o advogado que representa o PDT na ação, Maykon Vilaça, a testemunha relata ter votado em Cleuza quatro anos atrás. O outro voto teria sido dado pelo companheiro da candidata. Além da ação dos pedetistas, o Republicanos também move um procedimento para apurar o caso.
“Em uma conversa entre elas poucos dias após a eleição, Cleuza disse não se lembrar mais do próprio número de candidata e não se lembrar do que digitou nas urnas”, disse Maykon.
Em resposta a O Fator, Cleuza contesta a afirmação: “Votei em mim, sim. Em 2018 eu estava muito empolgada. Dessa vez, desanimei. Fiz uma cirurgia na boca, tive depressão e uma síndrome de pânico”, garantiu.
No início de novembro, quando a reportagem revelou o caso envolvendo Cleuza, a mulher atribuiu o fato de não ter votado em si mesma para vereadora a um problema enfrentado diante das urnas.
“Digitei meu número, mas minha foto não apareceu. Daí, apareceu logo para votar em dois números (para prefeito). Achei que isso fosse normal, mas aí eu errei. Votei em mim, mas não parece ter saído. É isso”, afirmou, à ocasião..
Na sessão em que Cleuza vota, na Escola Municipal Walter Fausto do Amaral, no bairro Carajás, que fica na Regional Nacional, o único candidato do PSD a obter apoio nas urnas foi Daniel Carvalho, que acabou eleito.
Os problemas de saúde citados por Cleuza à reportagem também foram alegados pela defesa dela durante a tramitação de uma investigação arquivada pelo Ministério Público Eleitoral. O mesmo argumento foi utilizado durante a audiência de instrução de uma ação similar à proposta pelo PDT, mas movida pelo Republicanos.