A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) fez R$ 2,17 bilhões em investimentos em 2024. O volume de recursos aportados é o maior nos mais de 60 anos de existência da empresa. As cifras constam em balanço financeiro do quarto trimestre e do acumulado do ano passado. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (24).
Os investimentos foram direcionados para obras de abastecimento de água, esgotamento sanitário, desenvolvimento empresarial e operacional, além de capitalizações. Mais de R$ 1 bilhão foi destinado à ampliação e melhoria do abastecimento de água em diversas cidades onde a empresa opera, como Belo Horizonte, Betim, Contagem e Montes Claros.
No esgotamento sanitário, foram aplicados R$ 801,3 milhões. O valor engloba a expansão da coleta e do tratamento do esgoto nos municípios. Como resultado, o índice de cobertura global para esgoto tratado e coletado chegou a 77,3%, superior aos 75% registrados em 2023. A meta, conforme o Novo Marco Legal do Saneamento, é atingir 90% até dezembro de 2033.
Segundo o balanço, o valor aplicado no ano passado é cerca de 33% ao montante injetado na operação da companhia em 2023. O plano de investimentos aprovado pelo Conselho de Administração projeta R$ 17 bilhões entre 2025 e 2029, buscando não apenas cumprir as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento, mas também melhorar a eficiência dos serviços prestados.
A inadimplência registrou queda, atingindo 2,92%, menor índice desde setembro de 2016. Em dezembro de 2022, esse percentual era de 3,22%; em dezembro do ano retrasado, de 2,97%.
Lucro tem queda
O lucro da Copasa em 2024 foi 4,5% menor que o registrado em 2023. A margem positiva do ano passado foi de R$ 1,32 bilhão, ante R$ 1,38 bilhão no ano retrasado. Segundo a estatal de saneamento, a queda aconteceu por causa da desvalorização do real diante do euro, o que ampliou as despesas.
A receita líquida de água, esgoto e resíduos sólidos cresceu 6,8%, somando R$ 7 bilhões, contra R$ 6,5 bilhões do ano anterior.
Os custos e despesas aumentaram 4,5%, totalizando R$ 4,8 bilhões, porém esse crescimento ficou abaixo do aumento da receita. O Ebitda ajustado alcançou R$ 2,8 bilhões, 4,4% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, com margem de 39,7%.
A dívida líquida da empresa atingiu R$ 5,37 bilhões em dezembro de 2024, com relação Dívida Líquida/Ebitda de 1,9x, contra 1,5x em dezembro de 2023. A dívida em moeda estrangeira representa 20,2% do total dos empréstimos e financiamentos, acima dos 14,3% registrados no final de 2023.