Demora no Conselho de Ética confirma enrolação bolsonarista

Cancelamentos de audiências esfriam debate sobre deputado réu pela morte de Marielle
Chiquinho Brazão em videoconferência em 2021
Chiquinho Brazão: quem quer falar? Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

Os cancelamentos de duas sessões recentes do Conselho de Ética no caso Chiquinho Brazão comprovam que os bolsonaristas apostavam em enrolar mesmo.

A relatora do processo é a deputada Jack Rocha (PT-ES), que obviamente nada tem a ver com os cancelamentos. As testemunhas não são obrigadas a comparecer.

Contudo, os cancelamentos ajudam a cozinhar o processo em fogo baixo. Não há depoimentos para alimentar as redes sociais.

Como O Fator mostrou no começo de maio, a estratégia bolsonarista sempre foi deixar o assunto esfriar, inclusive na decisão separada de manter ou não Brazão preso.

Na sessão da CCJ em 10 de abril, o bolsonarista José Medeiros (PL-MT) disse: “com certeza o deputado irá para o Conselho de Ética”.

Para a sessão cancelada desta terça (25), foram convidados ao Conselho de Ética o atual PGR, Paulo Gonet, e o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ), que foi colega de Marielle na Câmara do Rio.

A assessoria da PGR disse a O Fator que Gonet “informou à Comissão de Ética a impossibilidade de atender ao convite”. A PGR não respondeu se Gonet toparia outra data.

A assessoria de Tarcísio disse a O Fator que ele se ofereceu para participar a partir de semana que vem.

O processo de cassação de Flordelis foi bem diferente. Foram várias audiências, com o então relator Alexandre Leite praticamente refazendo o trabalho da investigação. Flordelis foi a única deputada cassada pelos pares na última legislatura.

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