Os 53 deputados federais por Minas Gerais em exercício já indicaram neste ano R$ 1,7 bilhão em emendas individuais ao Orçamento.
Os números foram consultados por O Fator no Portal da Transparência, que no mês passado publicou dados inéditos, permitindo pela primeira vez a consulta unificada a emendas parlamentares.
O valor que cada deputado federal pode indicar em emendas individuais é o mesmo – R$ 37,3 milhões.
No entanto, a quantia de valores já empenhados varia de R$ 9,3 milhões – caso da deputada Dandara (PT-MG) – a 13 deputados que já indicaram mais de R$ 37 milhões cada um, entre eles Gilberto Abramo (Republicanos-MG), que lidera a lista com mais de R$ 37,8 milhões em emendas individuais.
Os números não são finais e podem ser atualizados até o fim do ano.
O calendário de indicação de emendas foi interrompido neste ano por dois fatores. O primeiro: as eleições municipais. O governo federal ficou impedido de fazer os repasses a partir do começo de julho até o fim das eleições.
O segundo: a decisão de Flávio Dino em agosto, logo referendada pelo plenário do STF, de suspender as emendas impositivas até o Congresso editar regras de transparência. Dino liberou o pagamento delas apenas em 2 de dezembro.
Assessorias de deputados mineiros consultadas por O Fator explicaram que ambos os eventos atrasaram a indicação de emendas.
A variação dos valores entre os deputados é bem menor do que a entre os senadores.
Como O Fator revelou no mês passado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), havia indicado mais de R$ 230 milhões empenhados em emendas individuais desde 2015. O senador Carlos Viana, eleito no mesmo ano que Pacheco, havia indicado R$ 171 milhões até então. Cleitinho (Republicanos-MG), o “calouro” da bancada mineira no Senado por ter sido eleito em 2022, era autor de R$ 66,9 milhões em emendas individuais ao Orçamento.