Membros da direção do PT e do PV em Brasília passaram a sondar o governo Lula para retirar a tesoureira nacional do PT, Gleide Andrade, do cargo no Conselho de Administração da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional.
Gleide foi reconduzida por Lula à cadeira do conselho no final de maio, mas recentes desentendimentos dentro da federação PT-PCdoB-PV geraram nova pressão contra a tesoureira. Um dos pontos considerados como retaliação seria a retirada do cargo na usina.
O Conselho de Administração de Itaipu se reúne a cada dois meses ou em convocação extraordinária. A remuneração mensal é de R$ 27 mil.
A mineira vem sendo alvo de críticas de correligionários por “mandar e desmandar”, sem um suposto critério técnico, na distribuição de recursos para candidatos a prefeito e vereador, como mostrou inicialmente o “Estado de Minas”. A informação foi confirmada por O Fator.
Nesta terça (25), outra polêmica atingiu Gleide. A “Folha de S. Paulo” publicou que a tesoureira teria atuado e exigido que a Juventude Nacional do partido publicasse uma nota com pedido de desculpas por um posicionamento crítico à direção do PT, feito na semana passada.
Pelo regimento da empresa pública, os conselheiros são supostamente independentes e tem mandato de quatro anos – podendo haver renovação ou substituição antecipada, conforme decisão governamental.
Em nota, o PV negou que qualquer filiado do partido esteja envolvido em pedidos contra a tesoureira do PT. Veja a nota na íntegra:
Nota de Esclarecimento
O Partido Verde de Minas Gerais, por meio do seu presidente Osvander Valadão, recebeu com estranheza a notícia publicada no O Fator nesta terça-feira, 25, de que membros da direção do Partido Verde, em Brasília, estariam se mobilizando para retirada da tesoureira nacional do PT, Gleide Andrade, de cargo a ela confiado pelo presidente Lula.
Como membro da Executiva Nacional do Partido Verde, o presidente dos Verdes MG reitera que não há, por parte do PV, tanto no âmbito nacional quanto no estadual, qualquer movimentação política que tenha como finalidade o exposto na matéria. “Não houve nenhuma iniciativa neste sentido, seja da parte dos(as) nossos(as) parlamentares, seja dos(as) dirigentes”, afirma Osvander Valadão.
“Temos um diálogo feito de forma madura e transparente com os demais partidos da Federação. De nossa parte, afirmo que não há qualquer desentendimento em relação à liderança que a companheira Gleide possui e representa no cenário político. Nossa atenção e sinergia estão voltadas unicamente para a construção de candidaturas competitivas para as eleições que se aproximam”, completou Osvander Valadão.