Uma disputa interna no Partido Liberal (PL) pode alterar a configuração política na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A ala bolsonarista do partido avalia substituir o deputado Gustavo Santana pelo deputado Bruno Engler na liderança do bloco Avança Minas, principal base de apoio ao governo na Casa.
A movimentação ocorre em meio a críticas à atual gestão do bloco. Parlamentares, que preferiram não se identificar, apontam “problemas de coordenação e ausências frequentes” do atual líder, Gustavo Santana.
A mudança, no entanto, enfrenta resistências. O presidente da ALMG, Tadeu Leite (MDB), por exemplo, tem boa relação com Santana e já teria sinalizado que não apoiaria a troca. Deputados de outras legendas que compõem o bloco governista também já começam a se mobilizar contra a mudança.
Uma segunda alternativa em discussão é a formação de uma bancada exclusiva do PL, reunindo seus 11 deputados. A medida, porém, poderia enfraquecer o poder de articulação do bloco governista nas votações. O caso vem sendo estudado dentro da Casa.
Estratégia para 2026
As movimentações do PL são vistas como preparação para as eleições de 2026. Segundo fonte do partido ouvida pela reportagem, a legenda estuda lançar candidatos próprios ao governo de Minas e ao Senado. “É uma postulação natural e precisamos nos posicionar desde já para os nossos milhões de eleitores”, afirmou o parlamentar.
Atualmente, o nome mais forte do partido ao Senado é o deputado federal Domingos Sávio. O partido terá eleições internas no ano que vem – Sávio, atual presidente da sigla no estado, deverá tentar a reeleição. Interlocutores avaliam que o pleito interno será primordial para definir os rumos da legenda em 2026. Prova disso é que o próprio Sávio tem evitado falar sobre a possibilidade de concorrer a senador.
Outros interlocutores interpretam essa sinalização do PL como uma tentativa de pressionar o Novo e Romeu Zema (Novo).
A reportagem tentou contato com os deputados Bruno Engler e Gustavo Santana, mas não obteve retorno.