Candidatos do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Minas Gerais estão às turras com a direção nacional da legenda por causa do critério utilizado para a distribuição dos recursos do fundo eleitoral. Um “tsunami” de reclamações teve início depois que o representante do partido na corrida à Prefeitura de Ipatinga, no Vale do Aço, Nardyello Rocha, anunciou, nesta quinta-feira (26), a desistência da disputa.
Na coletiva de imprensa em que oficializou sua saída do páreo, Nardyello reclamou do baixo valor do fundo eleitoral repassado pelo PSB.
“Temos uma campanha que infelizmente tem um recurso pífio, muito aquém do que era esperado. O PSB nunca prometeu milhões, mas esperávamos um recurso pelo menos compatível com o tamanho da cidade”, disse.
Nardyello, que já foi prefeito de Ipatinga, recebeu repasse de R$ 100 mil do diretório nacional dos socialistas. Até a tarde desta quinta-feira, segundo dados da Justiça Eleitoral, o partido não havia injetado recursos na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em que Paulo Brant representa o PSB como vice na chapa de Gabriel Azevedo (MDB).
Um cálculo feito por O Fator a partir de dados enviados pelo PSB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, entre repasses ao diretório estadual do partido e aportes diretos em candidaturas, a Executiva nacional da legenda investiu R$ 3,4 milhões nas disputas em solo mineiro.
Apesar disso, candidatos ouvidos sob reservas pela reportagem criticam as regras que norteiam a divisão das cifras. A avaliação é que a legenda tem apostado em candidaturas que detém favoritismo e não precisariam de tanto incentivo financeiro.
Em resposta a O Fator, o presidente do PSB Minas, Noraldino Júnior, recebeu com estranheza as declarações de Nardyello. “Quando fomos procurados pelo candidato, ele nos garantiu que tinha apoio e condições de tocar a própria campanha. Nunca nos comprometemos com recursos do fundo eleitoral, e ainda assim nos empenhamos com o apoio possível e enviamos R$ 100 mil”.
Noraldino também explicou que o fato de o PSB de Minas não ter nenhum deputado federal traz efeitos negativos à distribuição dos recursos para o estado.
Já no caso de Belo Horizonte, interlocutores do diretório PSB de Belo Horizonte ouvidos por O Fator explicaram que, quando da negociação do apoio a Gabriel Azevedo, ficou acertado que todos os custos de campanha ficariam por conta do MDB.