Lucas Ragazzi
A economia brasileira registrou crescimento de 1,4% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o trimestre anterior, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, que superou as expectativas do mercado, foi impulsionado principalmente pelo desempenho positivo da indústria e do setor de serviços.
PIB atinge R$ 2,9 trilhões no trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) do país alcançou o valor de R$ 2,887 trilhões no período de abril a junho deste ano, sendo R$ 2,500 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 387,6 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, o crescimento foi de 3,3%, evidenciando uma aceleração da atividade econômica.
Indústria e serviços lideram expansão
O setor industrial apresentou o maior avanço no trimestre, com alta de 1,8% em relação aos três meses anteriores. Já o setor de serviços, que representa a maior parcela do PIB brasileiro, cresceu 1,0% no período.
Entre os destaques da indústria, estão:
- Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos: +4,2%
- Construção: +3,5%
- Indústrias de transformação: +1,8%
- Indústrias extrativas: -4,4%
No setor de serviços, os principais destaques foram:
- Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados: +2,0%
- Informação e comunicação: +1,7%
- Comércio: +1,4%
- Transporte, armazenagem e correio: +1,3%
- Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social: +1,0%
- Atividades imobiliárias: +0,9%
- Outras atividades de serviços: +0,8%
Agropecuária recua, mas mantém relevância
Apesar do bom desempenho geral da economia, o setor agropecuário registrou queda de 2,3% no trimestre. A retração foi influenciada principalmente pela redução na produção de soja (-4,3%) e milho (-10,3%). Por outro lado, as culturas de café (+6,6%) e algodão (+10,8%) apresentaram crescimento.
Consumo das famílias e investimentos em alta
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,3% no trimestre, impulsionado pela melhora no mercado de trabalho e pelos programas de transferência de renda. A Formação Bruta de Capital Fixo, que mede os investimentos na economia, avançou 2,1%.
Comércio exterior: exportações crescem, mas importações disparam
As exportações de bens e serviços aumentaram 1,4% no trimestre. Já as importações tiveram um salto expressivo de 7,6%, refletindo a maior demanda interna por produtos estrangeiros.
Taxa de investimento e poupança
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2024 foi de 16,8% do PIB, ficando acima da observada no mesmo período do ano anterior (16,4%). Já a taxa de poupança passou de 16,8% no segundo trimestre de 2023 para 16,0% em 2024.
