Júlio Soares
O racha no PT de Minas Gerais, que tem o embate entre os deputados federais Rogério Correia e Reginaldo Lopes como uma de suas mais expostas fraturas, terá novos desdobramentos nesta quinta-feira (20) e no sábado (22). O tema central é a eleição para a presidência do partido em Belo Horizonte.
Enquanto as tendências internas que apoiaram a candidatura de Rogério à Prefeitura de BH no ano passado não descartam a formação de uma chapa para disputar o comando municipal da legenda, o atual presidente, Guilherme Jardim, o Guima, aliado político de Reginaldo, prepara um evento para se apresentar oficialmente como candidato à reeleição.
O ato das tendências que foram apoiadoras de primeira hora de Rogério em 2024 acontecerá nesta quinta, com a presença do parlamentar. A ocasião servirá para a apresentação do manifesto “Belo e Libertário Horizonte”. Segundo o deputado federal, o encontro não foi idealizado como um ato de oposição a Guima
“Não é contra ninguém. Ou melhor: é contra a direita e, principalmente, a extrema direita. A favor do PT, do PED (Processo de Eleição Direta) e do debate. Estarei presente na condição de convidado”, disse, a O Fator. O PED, citado por Rogério, é o nome dado às etapas que culminam na escolha dos presidentes municipais, estaduais e nacional da sigla.
O vereador Pedro Patrus, integrante da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), maior tendência nacional do PT, também vai participar do ato desta quinta. Ele não descarta a construção de uma chapa para disputar contra a aliança em torno de Guima.
“Esse grupo pode ter um nome. A partir desse encontro, vamos dialogar com outras forças. O que buscamos é discutir a atuação do PT em BH. Voltar às bases, melhorar o diálogo com a cidade. O PT tem história nesta cidade. Precisamos resgatar essa história, mas também anunciar novas questões através de um programa democrático e popular para Belo Horizonte”, afirmou.
Já a atividade do grupo de Guima foi agendada para o sábado. O dirigente pretende reunir aliados para debater propostas para uma possível nova gestão.
“Só precisa voltar para as bases quem está longe delas. Nós seguimos percorrendo todas as regiões de Belo Horizonte, especialmente as periferias, dialogando com cada um dos quase 30 mil filiados que o PT reúne na cidade”, apontou.
