Em lance único e sem concorrentes, a empresa mineira Cedro Participações venceu, na terça-feira (17), na B3, em São Paulo (SP), o leilão ITG-02, do Porto de Itaguaí (RJ). Com cerca de 350 mil metros quadrados, a área será destinada à construção de um terminal de armazenagem e movimentação de granéis sólidos minerais, com capacidade estimada em 20 milhões de toneladas por ano.
Para obter a concessão, a Cedro ofereceu lance de R$ 1 milhão. Para construir a infraestrutura, a Cedro irá investir R$ 3,5 bilhões, com previsão de que o terminal comece a operar em 2029. A concessão é por um prazo de 35 anos.
O novo espaço ficará localizado entre os terminais da Vale e da CSN, em uma área conhecida como “Porto do Meio”. Atualmente, segundo a Cedro, as pequenas e médias mineradoras dependem dos portos pertencentes às grandes empresas do mercado para escoar sua produção.
Segundo a Cedro, com a perspectiva de aumento da capacidade de produção das líderes do mercado, as companhias menores têm sua capacidade de expansão limitada pela falta de espaço de armazenagem nos portos atuais. A empresa estima que no prazo de cinco anos, haverá um gargalo na capacidade portuária para escoamento da produção.
“O terminal está totalmente alinhado com a estratégia de crescimento e sustentabilidade da Cedro e da própria indústria”, afirma Lucas Kallas, presidente do Conselho de Administração da Cedro Participações, controladora da Cedro Mineração.
Para Eduardo Couto, vice-presidente Jurídico e Institucional da Cedro Participações e conselheiro do Sindicato da Indústria Extrativa Mineral de Minas Gerais (Sindiextra), a licitação do Porto do Meio é uma antiga demanda do setor no Estado e vai gerar desenvolvimento econômico e social com responsabilidade.
Ao vencer a licitação em Itaguaí, a Cedro Participação ampliou seus investimentos em logística. Recentemente, a empresa recebeu da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o direito de construir uma short-line (ramal) ligando as minas de Serra Azul, na região da Itatiaiuçu, à linha da MRS, que contestou judicialmente a autorização dada pela ANTT mas não conseguiu a medida liminar que paralisava o projeto.