A equipe do deputado estadual Bruno Engler (PL) recusou, nesta terça-feira (9), a proposta feita pela campanha do candidato à reeleição Fuad Noman (PSD) para a formação de um pool de emissoras de rádio e televisão a fim de que fossem feitos apenas dois debates no segundo turno.
Como mostrou mais cedo O Fator, a equipe de Fuad sinalizou que iria levar a ideia a Engler pelo secretário de Comunicação e Assuntos Institucionais da Prefeitura de Belo Horizonte, Paulo Lamac (Rede), que atua como um dos coordenadores da chapa pessedista.
A criação de um consórcio de estações de rádio e televisão foi defendida pela equipe de Fuad, inclusive, em um comunicado enviado a uma emissora que procurou as duas campanhas a fim de promover um debate.
Em nota enviada a O Fator, a equipe de Engler disse “discordar veementemente” da proposta.
“Bruno Engler defende que os debates marcados para o segundo turno – Rede Minas e Inconfidência, Band, 98 FM e CDL, TV Record, Itatiaia, Alterosa, O Tempo e Globo Minas – sejam realizados conforme acordos anteriores, para o bem da informação dos eleitores e para o fortalecimento da democracia”, afirmou a campanha do PL.
A justificativa da campanha do PSD é de que Fuad precisa conciliar os compromissos de campanha às atribuições de chefe do Executivo municipal, o que poderia inviabilizar o comparecimento do prefeito em sucessivos debates.
“É muito complexo, porém, conciliar a agenda de prefeito com a de candidato nessas três semanas de segundo turno. Embora nossa intenção seja atender a todos os convites da imprensa e da sociedade civil, é humanamente impossível comparecer a todos os eventos de campanha sem prejudicar a administração de Belo Horizonte e sua necessária convivência com os governos federal e estadual. Portanto, nossa campanha propõe a realização de um pool entre as emissoras de TV e rádio de Belo Horizonte para a realização de dois debates neste segundo turno”, lê-se em texto enviado pelo staff de Fuad a uma emissora.
Nos bastidores, auxiliares de Fuad falam, reservadamente, sobre preocupações com os modelos dos debates de segundo turno — que, costumeiramente, permitem que os candidatos fiquem de pé e possam andar livremente pelos estúdios.
“Essa sugestão do coordenador político é vista como uma estratégia para tentar blindar o atual prefeito. Consideramos importante que, neste segundo turno, além das discussões das ideias e propostas para a capital, as condições físicas e intelectuais dos candidatos não sejam encobertas neste momento decisivo para os eleitores de BH. Recentemente, vimos um candidato à Presidência dos Estados Unidos desistir do pleito porque sua verdadeira condição ficou comprovada em um debate”, pontuou a equipe de Engler, em menção indireta ao fato de Fuad estar em um tratamento de câncer.