Estatal da Ciência e Tecnologia gastou 0,1% da verba de investimentos

Com exceção das estatais que investiram zero, Finep teve menor aproveitamento em investimentos administrativos em 2024
Ministra Luciana Santos em reunião da Finep no Rio
A ministra Luciana Santos em reunião da Finep, no Rio: 0,1% de aproveitamento. Foto: Rodrigo Cabral/MCTI

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), estatal federal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, executou no ano passado menos de 0,1% – um milésimo – do orçamento destinado a investimentos administrativos.

Os dados estão em portaria do Ministério da Gestão publicada na quinta passada (30), com o relatório de execução orçamentária das estatais.

Pelo balanço do ministério, a Finep realizou em 2024 pouco mais de R$ 6,8 mil em investimentos – de um total de R$ 10,7 milhões previstos.

A porcentagem correta é 0,06%, mas o aproveitamento consta como “0,1%” na portaria.

Com exceção das estatais que investiram zero, a Finep teve de longe a menor execução proporcional de investimentos.

A Hemobrás, por exemplo, executou mais de 66% de sua verba de investimentos. Os Correios chegaram a quase 62%. A Petrobras passou dos 65%.

A CeasaMinas, estatal federal sediada em Contagem, executou pouco menos de 12%, como O Fator mostrou ontem.

Procurado, o Ministério da Ciência e Tecnologia destacou que o orçamento na portaria “visa à melhoria interna da empresa e não à sua operação”, ou seja, não diz respeito aos programas operados pelas estatais com outras empresas e atores.

O MCTI acrescentou que houve “postergação dos planos de investimento” na Finep, sem dar detalhes.

A Finep disse em nota que os investimentos informados na portaria do Ministério da Gestão são para atividades administrativas da empresa, como “reformas de imóveis próprios e aquisição de equipamentos de informática para seus empregados”.

“Nos últimos dois anos, os ganhos de produtividade da Finep foram enormes, a maior parte ocorrendo sem a necessidade da aplicação desses recursos financeiros”, acrescentou.

“Dado que o orçamento da União não é impositivo, e sim autorizativo, a Administração da Finep entendeu que os investimentos previstos poderiam ser transferidos para o exercício 2025, sem qualquer prejuízo do objetivo principal da empresa, que é o de financiar a pesquisa e a inovação em Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e empresas brasileiras”, disse a estatal.

A Finep respondeu ainda que, em termos operacionais, “disponibilizou, por meio de financiamentos reembolsáveis (ela opera com taxas de juros menores em comparação ao mercado) e não reembolsáveis, todo o orçamento do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que totalizou R$ 12,7 bilhões”.

Com sede no Rio, a Finep concede empréstimos e também recursos não-reembolsáveis a instituições de pesquisa e empresas brasileiras. Em parceria com o Senai, por exemplo, vai aportar R$ 16,4 milhões em projetos de fábricas inteligentes, envolvendo robótica, inteligência artificial e a chamada Internet das Coisas.

Em 2023 a execução de investimentos administrativos da Finep foi de 34,7%, bem mais do que ano passado.

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