Ex-deputados veem disputa por prefeituras como ‘ponte’ para voltar ao poder

Nove ex-integrantes da Assembleia de Minas concorrem a cargos no Executivo neste ano
Para alguns, que já chefiaram o poder Executivo municipal de suas cidades, é uma espécie de retorno às origens. Foto: Montagem sobre imagens de arquivo da ALMG

Nove ex-deputados estaduais de Minas Gerais tentam chegar ao comando de prefeituras nas eleições municipais deste ano. Para alguns, que já chefiaram o poder Executivo municipal de suas cidades, é uma espécie de retorno às origens. Para outros, a disputa local é uma tentativa de reabilitar o poder político após derrotas na corrida por assentos na Assembleia Legislativa.

Inácio Franco, do PL, é um dos que ensaia a volta às origens. Ele tenta retomar o posto de prefeito de Pará de Minas, no Centro-Oeste do estado. Franco foi chefe do Executivo local de 2001 a 2006. No ano seguinte, chegou à Assembleia para seu primeiro mandato. Conseguiu ser reeleito deputado em quatro ocasiões, mas no ano passado, sofreu um revés nas urnas.

Em Montes Claros, no Norte de Minas, quem tenta voltar à prefeitura é Ruy Muniz (PSB). De 2007 a 2011, Muniz foi deputado estadual. Depois, entre 2013 e 2016, exerceu o cargo de prefeito. Sua participação no pleito deste ano, porém, tem enfrentado embaraços. Na terça-feira (10), por exemplo, o registro de sua candidatura foi indeferido por problemas na prestação de contas referentes à gestão que feita na cidade.

No segundo grupo, dos que tentam voltar ao poder por meio das eleições municipais, está Dinis Pinheiro (Republicanos), ex-presidente da Assembleia Legislativa. Dinis não exerce mandato desde o início de 2015, quando deixou o Parlamento. No ano anterior, foi candidato a vice-governador na chapa de Pimenta da Veiga (PSDB), mas acabou derrotado.

O ex-deputado perdeu, também, a corrida ao Senado Federal em 2018. Agora, concorre à Prefeitura de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RBMH). A cidade tem histórica influência política da família Pinheiro.

Eleito deputado estadual em 2018, Gustavo Mitre não conseguiu renovar o mandato dois anos atrás. Agora, representa o Republicanos na disputa pela Prefeitura de Itaúna, no Centro-Oeste mineiro. Não é o primeiro flerte de Mitre com o poder Executivo do município, uma vez que em 2016 foi candidato a vice na chapa encabeçada pelo tucano Osmando, que ficou em segundo lugar. 

Fernando Pacheco, do PDT, também não conseguiu a reeleição em 2022. Por isso, concorre à Prefeitura de Cataguases, na Zona da Mata. Por lá, além de ter presidido a Câmara Municipal, Pacheco foi secretário municipal de diversas cidades.

Em Juiz de Fora, Isauro Calais (Republicanos). Elegeu-se em 2014 para a Assembleia, sem conseguir se reeleger na eleição subsequente. Agora tenta comandar a mais “carioca” das cidades mineiras.  

Quem vive situação atípica é Dilzon Melo (PL), prefeito de Varginha, no Triângulo, entre 1983 e 1988 e deputado estadual por sete mandatos — de 1991 a 2019. Agora, tenta assumir o comando de Boa Esperança, cidade 66 quilômetros distante da “Terra do ET”.

Já o ex-deputado Bonifácio Mourão (PL) ensaia seu retorno pelo “segundo escalão”. Atualmente concorre a uma vaga de vice-prefeito em Governador Valadares, na chapa de outro deputado estadual, esse no exercício do mandato, o Coronel Sandro (PL). Ele já fora prefeito de Governador Valadares em duas outras oportunidades (1997-2000 e 2005-2008) e exerceu seis mandatos como deputado estadual.

Disputa em Uberaba opõe três ex-deputados

A maior densidade de candidaturas de ex-integrantes da Assembleia de Minas, entretanto, está em Uberaba, também no Triângulo. A corrida pela prefeitura da cidade tem Anderson Adauto (PV), Paulo Piau (PSDB) e Tony Carlos (MDB).

Deputado estadual constituinte, Adauto cumpriu quatro mandatos no Legislativo estadual. Em 2002, foi eleito deputado federal e se licenciou do cargo para ser ministro dos Transportes. Em 2004, venceu a disputa em Uberaba.

Adauto, porém, também tem tido dificuldades de se confirmar na disputa. Nessa quarta-feira (11), a Justiça Eleitoral indeferiu o registro de sua candidatura. Por conta de duas condenações por improbidade administrativa, com sentenças transitadas em julgado, o promotor eleitoral Renato Teixeira Resende apontou que o ex-deputado estava com seus direitos políticos suspensos. Adalto disse que recorrerá e manterá suas atividades de campanha.

Paulo Piau (PSDB) também já foi prefeito de Uberaba, mas por dois mandatos, de 2013 a 2020. Antes, chegou à Assembleia em 1991, saindo apenas em 2006, quando venceu para deputado federal.

Tony Carlos, por sua vez, exerceu dois mandatos como deputado estadual. Esteve pela última vez na Assembleia de agosto de 2018 a janeiro de 2019, como suplente. Ele foi convocado porque Durval Ângelo (PT) assumiu cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG).

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