Governo Zema utiliza software para ‘monitorar’ redes sociais de contribuintes

Secretaria de Fazenda adquiriu plataforma SNAP Sinapses amparada por ideia de ampliar fiscalização tributária
Vista da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro
O governo Zema já se manifestou nos autos defendendo a constitucionalidade do decreto. Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

A Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG) comprou a licença de um software para monitoramento das redes sociais de contribuintes, sob a justificativa de aprimorar as atividades de fiscalização tributária. A ferramenta SNAP Sinapses Desktop foi adquirida através de processo de inexigibilidade de licitação, por ser de fornecimento exclusivo pela empresa contratada. A primeira licença foi ativada em 2021, sendo renovada anualmente por um valor aproximado de R$ 80 mil.

Em nota, o governo do estado informou que o objetivo do software é otimizar a análise de possíveis irregularidades fiscais. A SEF/MG esclareceu que todos os documentos gerados pela ferramenta são protegidos pelo sigilo fiscal, e os processos de compra e contratação seguiram rigorosamente as normas legais, com validação da assessoria jurídica e da Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças da secretaria.

Proteção de dados e conformidade com a LGPD

A utilização do software, segundo o estado, está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Nos contratos celebrados pela secretaria, há uma cláusula específica que determina as obrigações das partes no tratamento de dados pessoais.

A SEF/MG, como controladora dos dados, e a empresa contratada, como operadora, devem assegurar que o uso das informações coletadas se restrinja ao cumprimento do contrato, sendo proibido o compartilhamento ou tratamento dos dados de maneira incompatível com as finalidades estabelecidas. Em caso de incidentes de segurança, ambas as partes devem se comunicar em até dois dias úteis.

A SEF/MG não divulgou detalhes sobre quais informações serão monitoradas ou como os dados serão analisados, mas garantiu que o foco é exclusivamente fiscal e que qualquer uso indevido será coibido pela cláusula de proteção de dados.

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