O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) desarticulou, nesta sexta-feira (30), um esquema de fraudes que utilizava documentos adulterados para viabilizar o recebimento de indenizações destinadas a atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015. O grupo envolvido no caso falsificava faturas de concessionárias de serviços públicos e outros documentos para comprovar uma inexistente residência nas áreas afetadas pela tragédia.
Durante a ação, batizada de Operação Abutres II, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos municípios de Baixo Guandu (ES) e Aimorés (MG). As investigações revelaram que a manipulação de documentação acontecia com o objetivo de cumprir os requisitos exigidos pela Renova por meio do Sistema Indenizatório Simplificado (Novel), criado para compensar as vítimas do desastre ambiental.
Segundo o MPES, as fraudes causaram prejuízo milionário aos cofres da Fundação Renova.
A operação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Norte) e pela Promotoria de Justiça de Linhares, com apoio da Assessoria Militar do MPES e do Gaeco do Ministério Público de Minas Gerais. Foram mobilizados 14 agentes, incluindo integrantes do Núcleo de Inteligência e policiais militares de Minas Gerais.
Nesta fase da investigação não houve expedição de mandados de prisão. Os trabalhos se concentraram na apreensão de documentos, computadores e equipamentos que possam auxiliar nas investigações, que seguem em segredo de justiça.