Quando há votações importantes, é quase certo que o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) vai exercer uma de duas opções: votar com a maioria ou simplesmente faltar à sessão.
O favorito para suceder Arthur Lira na presidência da Câmara faltou à sessão do plenário que decidiu pela cassação da então deputada Flordelis e também aquela na qual foi rejeitada a PEC do Voto Impresso, ambas em 2021. Faltou também à votação para manter Chiquinho Brazão preso, em abril deste ano.
No dia da votação da PEC do Voto Impresso, em agosto de 2021, Motta registrou presença nas sessões das 14h e das 15h, mas faltou à votação, que foi à noite.
A mesma coisa no dia seguinte, o dia da votação sobre Flordelis. Motta chegou a registrar presença na sessão de 12h55, mas faltou à sessão de logo depois.
Incrivelmente, naquele mesmo dia, depois da cassação de Flordelis, Motta retornou ao plenário e votou a favor de um requerimento sobre outro assunto.
Motta também faltou à votação que determinou o retorno da propaganda partidária na TV – aqueles anúncios dos partidos fora da época de eleição. Também faltou às sessões em que foram votados o projeto de lei do homeschooling e a urgência para o PL das Fake News, ambas em 2022.
As ausências nessas votações não coincidem com os registros de licenças médicas pelo deputado.
Motta votou com a maioria no impeachment de Dilma, na rejeição de duas denúncias contra o então presidente Michel Temer, na legalização de cassinos e jogo do bicho, e na urgência do projeto do governo Bolsonaro para legalizar a mineração em terras indígenas.
Em 10 abril deste ano, Motta registrou “missão autorizada” e faltou à sessão que manteve Chiquinho Brazão preso.
Hugo Motta está no quarto mandato, tendo tomado posse pela primeira vez no começo de 2011. Confira a votação dele em alguns momentos importantes:
2016
Impeachment de Dilma: a favor
PEC do Teto de Gastos: a favor
2017
Reforma trabalhista: a favor
Rejeição da denúncia contra Temer por corrupção passiva: a favor (a favor da rejeição, e portanto favorável a Temer)
Rejeição da denúncia contra Temer por obstrução de Justiça e organização criminosa: a favor (a favor da rejeição, e portanto favorável a Temer)
2020
Suspensão do mandato de Wilson Santiago: a favor da suspensão e contra Santiago (a votação ficou 233 x 170, aquém dos 257 votos necessários, e Santiago ficou no cargo)
2021
Manter Daniel Silveira preso: a favor (a favor da prisão cautelar, mantida pela Câmara por 364 x 130)
PEC do Voto Impresso: ausente
Cassação do mandato de Flordelis: ausente
Volta da propaganda partidária no rádio e TV: ausente
No começo de dezembro de 2021 – depois dessas votações acima – o deputado tirou licença para tratamento de saúde. A volta da propaganda partidária foi aprovada pela Câmara em 7 de outubro.
2022
Legalização de cassino e jogo do bicho: a favor
Urgência para o PL da mineração em terras indígenas: a favor (aprovada pela Câmara, a urgência acabou porque o governo Lula retirou o projeto inteiro)
Veto à distribuição gratuita de absorventes: contra (contra o veto de Bolsonaro, a favor da distribuição, e com a maioria de 426 x 25)
Urgência para o PL das Fake News (abril de 2022): ausente
PL do Homeschooling: ausente (a votação foi em maio; o deputado registrou licença médica em 7 de junho)
PEC Kamikaze (12 e 13 de julho): a favor
2024
Manter Chiquinho Brazão preso: ausente