O fato de a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ainda não ter feito nomeações de novos servidores para o primeiro escalão do Executivo têm gerado focos de insatisfação entre vereadores próximos à gestão municipal. As queixas são incipientes e, segundo apurou O Fator, não há parlamentares pensando em retaliações.
Apesar disso, a avaliação é que o início das atividades no plenário sem o preenchimento de cargos de comissão por meio de indicações de vereadores e bancadas pode ser prejudicial para a relação da prefeitura com o Legislativo.
Como a reportagem já mostrou, o preenchimento dos postos de trabalho no primeiro escalão deve começar em fevereiro, a reboque do começo da vigência dos 100 cargos criados por meio da reforma administrativa.
O cenário é influenciado, ainda, pela licença médica do prefeito Fuad Noman (PSD). Aliados do pessedista pregam cautela na definição do novo secretariado, enquanto o grupo do prefeito em exercício, Álvaro Damião (União Brasil), defende acelerar o processo.
Recentemente, interlocutores com bom trânsito no Congresso Nacional fizeram chegar a Damião um pedido para frear eventuais mudanças na estrutura da prefeitura. A ideia é que a pausa sirva para dar tempo à recuperação clínica de Fuad. A solicitação está amparada no fato de os acordos políticos firmados pelo Executivo com partidos e lideranças terem sido fechados pelo prefeito antes das internações, e não por Damião.
Por causa do cenário de incerteza, as nomeações estão em compasso de espera. A situação tem gerado queixas, principalmente, de vereadores que decidiram votar em Bruno Miranda (PDT) na disputa pela presidência da Câmara esperando que o gesto abrisse espaço para indicações no Executivo. Miranda, vale lembrar, perdeu a eleição interna da Casa para Juliano Lopes (Podemos).
Um dos partidos que espera avançar nas conversas por espaço na prefeitura é o PT. Por ora, as tratativas entre as partes estão estagnadas.