Cedê Silva
A inconfidente Hipólita Jacinta será inscrita no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A lei sancionada pelo presidente Lula foi publicada nesta segunda (6) no Diário Oficial.
De acordo com o Museu da Inconfidência, Hipólita “foi a única mulher a participar de forma efetiva da conjuração mineira”.
Nascida em Prados, em 1748, Hipólita colaborou na comunicação entre os inconfidentes, além de patrocinar algumas das ações do movimento e oferecer sua residência, a Fazenda Ponta do Morro, para encontros dos rebeldes.
Hipólita redigiu a carta dando notícia da prisão de Tiradentes e orientando os conjurados a iniciar o levante militar.
“Também escreveu vários avisos sigilosos, dentre os quais alertava seus companheiros sobre o fracasso do movimento e aconselhava o coronel Francisco de Paula Freire de Andrade a “montar uma reação, lá a partir do Serro”. E foi enfática: “quem não é capaz para as coisas, não se mete nelas””, registra o museu.
“Hipólita não foi presa”, acrescenta o Museu da Inconfidência, “mas o governo das Minas da época mandou apreender todos os seus bens. Esse fato mostra que o governo reconhecia a presença dela na Inconfidência”.
Hipólita morreu em 1828, também em Prados.
Em 2023 foi incluída no Panteão da Inconfidência, em Ouro Preto. “Como não foi possível localizar os restos mortais de Hipólita, uma caixa com terra recolhida da fazenda onde viveu” foi depositada dentro da lápide, registrou a UFMG.
O projeto de lei para inscrever o nome de Hipólita foi apresentado também em 2023 pelo deputado Jonas Donizette (PSB-SP). Recebeu pareceres favoráveis de Lídice da Mata (PSB-BA) e Pedro Campos (PSB-PE). No Senado, foi relatado por Cid Gomes (PSB-PE). Assim como aconteceu com o nome de Darcy Ribeiro, o texto não passou por mãos mineiras.
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