Juiz pede nova manifestação do MP após ex-presidente da Gasmig negar ter sido ‘fantasma’ na Codemge

Magalhães argumenta que atuou pela estatal em articulações com a ALMG, TCE e com o governo
Pedro Magalhães deixou a Gasmig em abril de 2022 depois de quase seis anos no cargo
Pedro Magalhães deixou a Gasmig em abril de 2022 após quase 6 anos no cargo. Foto: Divulgação/Gasmig

O juiz Wenderson de Souza Lima, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, determinou que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) faça uma nova manifestação, em até cinco dias úteis, sobre a contestação do ex-presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) Pedro Magalhães Bifano, que rebate acusações de ter recebido R$ 416 mil como “funcionário fantasma” da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) entre 2022 e 2023. Em sua defesa, Magalhães apresenta documentos e argumentos para comprovar a efetiva prestação de serviços.

Na contestação, Magalhães argumenta que exerceu legitimamente a função de assessor especial da presidência da Codemge, tendo sido nomeado por sua experiência de 40 anos no setor público. Segundo sua defesa, ele atuou em importantes projetos como:

  • Articulação para aprovação do Regime de Recuperação Fiscal de Minas Gerais
  • Acompanhamento de processos no Tribunal de Contas
  • Mediação com a Assembleia Legislativa em pautas estratégicas
  • Assessoria em questões envolvendo mineração e gás natural

Os advogados destacam que Magalhães mantinha contato frequente com o presidente da Codemge, Thiago Toscano, via WhatsApp e telefone, participando de reuniões virtuais. A defesa argumenta que o trabalho remoto se tornou prática comum após a pandemia, não sendo a residência em Brasília impedimento para o exercício das funções.

Experiência

A contestação enfatiza a trajetória de Magalhães no setor público, incluindo:

  • Presidência da Gasmig
  • Direção da antiga Companhia de Distritos Industriais (CDI)
  • Diretoria de Recursos Humanos dos Correios
  • Assessoria parlamentar na Assembleia Legislativa

A acusação do MP

O Ministério Público contesta a efetiva prestação de serviços, apontando que:

  • Magalhães compareceu apenas algumas vezes à sede da Codemge em 12 meses
  • Não solicitou equipamentos de trabalho como notebook
  • Não produziu documentos oficiais no período
  • A empresa já possui escritório em Brasília para assuntos federais

O processo tramita na 2ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte. O MP pede a devolução de R$ 416.474,44 aos cofres públicos, valor atualizado do total recebido por Pedro Magalhães entre setembro de 2022 e julho de 2023.

A defesa requer a improcedência total da ação, argumentando que não houve dano ao erário uma vez que os serviços foram efetivamente prestados, ainda que de forma remota. O juiz aguarda manifestação das partes sobre a contestação para decidir os próximos passos do processo.

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