Juíza aponta a prescrição de crimes em processo que apura maus-tratos a animais na Grande BH

Decisão foi tomada no âmbito de investigação sobre ilicitudes em hospital veterinário localizado na cidade de Nova Lima
Foto mostra cachorro em situação de rua
Juíza apontou prescrição de crimes citados em denúncia contra réus. Foto: Pixabay

A juíza Anna Paula Vianna Franco, da 1ª Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Nova Lima, expediu decisão em que aponta a prescrição de crimes imputados a 12 réus acusados de maus-tratos a animais no caso envolvendo o Hospital Veterinário Animed, localizado na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em 2019. A sentença que extingue a punibilidade foi proferida no último dia 14.

Segundo a juíza, além dos maus-tratos, o crime de exercício ilegal da arte farmacêutica e a infração de medida sanitária preventiva também transcreveram.

“Assim, no concurso de crimes – seja material, seja formal, seja crime continuado –, como ocorre na espécie, a prescrição incide sobre cada infração, isoladamente, nos termos do que dispõe o art. 119 do Código Penal. Desta feita, lamentavelmente, operou-se o instituto da prescrição, eis que entre a data de todos os fatos acima mencionados e o efetivo recebimento da denúncia transcorreu, conforme dito alhures, o prazo de 04 (quatro) anos, parâmetro este a ser considerado, nos termos do que preconiza o art. 109, V, do Código Penal Brasileiro”, lê-se em trecho da decisão.

Em que pese as prescrições, a juíza marcou, para 26 de agosto, uma audiência de instrução relativa a outras acusações atribuídas a réus envolvidos no caso.

“Além das demais teses se confundirem com o mérito, notadamente as questões atinentes à ausência de dolo ou mesmo às implicações acerca da culpa, omissão própria e imprópria, não se trata de hipótese de absolvição sumária”, explicou Anna Paula Vianna Franco.

O caso

A clínica veterinária envolvida no caso foi alvo de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em novembro de 2019. Dois anos depois, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Nova Lima e a Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (Cedef) ofereceram à Justiça uma denúncia sobre o caso.

Segundo a peça inicial do MPMG, dois sócios da clínica, dois gerentes, sete veterinários e o advogado do estabelecimento teriam cometido ilicitudes para manter os empregos, aumentar lucros e obter bonificações salariais. O documento denuncia os réus por estelionato, descarte irregular de lixo infectante, maus-tratos a animais e venda de medicamentos proibidos, vencidos e com embalagens adulteradas.

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