Quando o assunto é legalização dos cassinos, Lula quer investir no discurso “apostei mas não traguei”, eximindo-se da responsabilidade pelas consequências.
Em entrevista nesta sexta (21) à Rádio Meio Norte, do Piauí, Lula disse o seguinte:
“Eu não sou favorável a jogo não (…) Mas também não acho crime. Se o Congresso aprovar, e for feito um acordo entre os partidos políticos (…) não tem por que não sancionar”.
O líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner, ensaiou discurso semelhante ontem. Em entrevista coletiva, o senador baiano disse:
“O governo não firmou posição. Eu pessoalmente votei a favor, porque eu não acredito em nada proibido como solução de nada. Hoje, com os jogos no celular e nos computadores, o jogo, cassino, por assim dizer, tá dentro de casa”.
O projeto que legaliza cassinos foi aprovado na CCJ nesta semana por apertados 14 x 12. Além de Wagner, outros dois petistas presentes também votaram a favor: Fabiano Contarato e Rogério Carvalho. Do partido, apenas Janaína Farias (PT-CE) votou contra. Portanto, se o PT tivesse fechado questão contra os cassinos, a proposta teria sido reprovada na comissão.
Na madrugada de fevereiro de 2022 em que Lira pôs para votar os cassinos no plenário da Câmara a história era diferente. O PT orientou voto contra. Dos 36 deputados do PT presentes, 35 votaram contra, e Paulo Pimenta se absteve.
Lula, portanto, não pode lavar as mãos. Está claro que o PT mudou de ideia e passou a ser a favor da jogatina.