O governo de Minas Gerais anunciou, nesta segunda-feira (9), a expansão do teste do pezinho pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O exame passará a detectar 60 doenças a partir de janeiro de 2025. A medida representa um aumento significativo em relação às 23 patologias atualmente identificadas pelo procedimento no estado.
A ampliação terá um investimento anual de R$ 64,2 milhões, destinados aos exames de triagem, testes complementares, diagnósticos e tratamento das doenças. Assim, Minas será o primeiro estado a atender os requisitos da lei que modificou o Estatuto da Criança e do Adolescente a fim de aprimorar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN).
O programa teve início em Minas Gerais em 1993. A ampliação atual é resultado de uma lei fruto de projeto de autoria do deputado estadual Betinho Pinto Coelho (PV).
“Recebemos com muita alegria a notícia de que chegamos ao número de 60 doenças raras a serem identificadas em recém-nascidos aqui em Minas Gerais. Notícias assim fortalecem a nossa convicção de que quando a política é exercida na promoção da dignidade e no respeito ao ser humano, ela vale a pena. A ampliação do teste do pezinho é fruto de muita luta de movimentos ligados ao tema em todo o Brasil e a qual abraçamos ao longo do nosso mandato, junto ao Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina (Nupad), da UFMG, associações, e mães e familiares de doentes raros, como a nossa querida amiga jornalista Larissa Carvalho, que tão bem representa a causa dos raros”, diz o parlamentar.
Durante a cerimônia de anúncio, foi apresentado o caso da bebê Helena Eduarda Souza Santos, de Betim, que teve diagnóstico de Imunodeficiência Combinada Grave (SCID) através do teste ampliado realizado em janeiro de 2024. A detecção precoce fez com que ela pudesse ser encaminhada a um tratamento especializado
A Secretaria de Estado de Casa Civil, comandado por Marcelo Aro (PP), é a pasta responsável por todas as ações que envolvem pessoas com deficiência e pessoas com doenças raras.
Novas doenças incluídas
Entre as doenças que serão detectadas estão atrofia Muscular Espinhal (AME), diversas hemoglobinopatias, acidemias, deficiências metabólicas e doenças genéticas raras. A lista completa inclui condições como Doença de Gaucher, Doença de Pompe, Toxoplasmose congênita e diferentes tipos de Mucopolissacaridose.
O novo formato do teste entrará em vigor em janeiro de 2025, oferecendo não apenas a triagem, mas também suporte para tratamento e acompanhamento contínuo na Rede de Atenção à Saúde.
Abaixo, relação de todas as doenças que serão triadas no estado a partir de 2025.
- Atrofia Muscular Espinhal (AME)
- Imunodeficiência Combinada Grave (SCID)
- Agamaglobulinemia (AGAMA)
- Fenilcetonúria
- Deficiência de acil-CoA desidrogenase de cadeia muito longa (VLCADD)
- Deficiência de acil-CoA desidrogenase de cadeia longa (LCADD)
- Deficiência de proteína trifuncional – DPTC
- Deficiência primária de carnitina – DPC
- Deficiência de acil-CoA desidrogenase de cadeia média (MCADD)
- Hipotireoidismo congênito
- Doença falciforme
- Fibrose cística
- Deficiência de biotinidase
- Hiperplasia adrenal congênita
- Toxoplasmose congênita
- Outras hiperfenilalaninemias
- Hemoglobinopatia S/Beta Talassemia
- Hemoglobinopatia SC
- Hemoglobinopatia C
- Hemoglobinopatia E
- Hemoglobinopatia D
- Hemoglobinopatia atípica
- Alfa Talassemias
- Acidemia Metilmalônica (metilmalonil-CoA mutase)
- Acidemia Metilmalônica (dist. cobalanina)
- Deficiência Congênita de Vit. B12 por carência materna
- Acidemia Propiônica
- Acidemia Isovalérica
- Acidúria Glutárica Tipo 1
- Deficiência-Metilcrotonil Coa Carboxilase
- Acidúria 3-OH-3-Metilglutárica (Def.HMG CoA-liase)
- Deficiência de Beta-Cetiolase (incidência desconhedica)
- Def. Holocarboxilase sintase
- Leucinose (MSUD)
- Homocistinúria Clássica
- Hipermetioninemia
- Hiperglicinemia não cetótica
- Síndrome HHH (hiperornitinemia-hiperamonemia-homocitrulinúria)
- Hiperfenilalaninemia por deficiência de BH4 (Biopterina)
- Acidúria Argininossuccínica
- Argininemia
- Citrulinemia tipo 1
- Deficiência de Ornitina Transcarbamilase (OTC)
- Galactosemia clássica
- Deficiência de Galactoquinase (GALK)
- Deficiência de Uridil-difosfato -galactose – 4`-epimerase (GALE)
- Deficiência de galactose mutarotase (GALM)
- Outras condições de deficiências ligadas aos linfócitos T
- Deficiência de Carnitina Palmitoiltransferase tipo I (CPTI)
- Deficiência de Carnitina Palmitoiltransferase tipo II (CPTII)
- Acidemia Flutárica Tipo II ou Deficiência de Múltiplas Carboxilares (MADD)
- Adrenoleucodistrofia ligada ao X
- Mucopolissacaridose Tipo I
- Mucopolisacaridose Tipo II – Síndrome de Hunter
- Doença de Pompe – Glicogenose tipo II
- Doença de Fabry (ligada ao X) Deficiência de alfa-galactosidase A
- Doença de Krabble
- Doença de Niemann-Pick A
- Doença de Niemann-Pick B
- Doença de Gaucher