Morre Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte

Economista de formação, chefe do Executivo tinha 77 anos e sofreu uma recente parada cardiorrespiratória
O prefeito de BH, Fuad Noman
O prefeito Fuad Noman (Foto: PBH)

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), morreu nesta quarta-feira (26), aos 77 anos. Internado desde o início de janeiro, o chefe do Executivo teve o estado clínico agravado ao sofrer uma parada cardiorrespiratória na noite de terça-feira (25). A informação foi confirmada pela administração municipal.

Economista de formação, Fuad estava licenciado desde o terceiro dia deste ano, quando foi hospitalizado no Mater Dei, casa de saúde particular da capital mineira. O pessedista chegou à unidade com insuficiência respiratória aguda. Ele chegou a ser submetido a uma traqueostomia. Segundo boletim divulgado pela casa de saúde, a morte aconteceu por complicações do linfoma não Hodgkin identificado em julho no ano passado.

Após a parada cardíaca de terça-feira, Fuad passou a respirar por aparelhos. O prefeito vinha acumulando internações desde novembro do ano passado, mês seguinte à vitória sobre Bruno Engler (PL) no segundo turno da eleição belo-horizontina. 

Por causa do afastamento do pessedista, a Prefeitura de BH vem sendo dirigida pelo vice-prefeito Álvaro Damião, do União Brasil.

Na semana passada, Fuad foi transferido de unidade do Mater Dei. Antes da parada cardíaca, ele vinha seguindo um programa de reabilitação motora e respiratória.

“Fuad Noman dedicou décadas de sua vida ao serviço público, sempre pautado pelo compromisso com a ética, o diálogo e o bem-estar da população de Belo Horizonte. Economista por formação, com sólida trajetória na administração pública, Fuad ocupou importantes cargos no Governo Federal, Governo de Minas Gerais e na Prefeitura de Belo Horizonte, sempre deixando marcas de competência, responsabilidade e sensibilidade social”, diz trecho da nota divulgada pela Prefeitura de BH para comunicar o falecimento.

Câncer e histórico de internações

A hospitalização iniciada em janeiro foi a quarta desde a reeleição conquistada em outubro. Na posse de Fuad para o segundo mandato, ocorrida em 1° de janeiro, dois dias antes da última internação, o prefeito apresentou dificuldades de fala. Ele participou da solenidade de forma remota e, de máscara, prestou juramento. O discurso preparado pelo chefe do Executivo para a ocasião teve de ser lido por Damião.

Em julho, semanas antes do início do período de campanha eleitoral, Fuad anunciou o diagnóstico de linfoma não Hodgkin, tipo de câncer oriundo das células do sistema linfático. O prefeito, então, conciliou o tratamento da doença às atribuições no poder público e aos atos pela reeleição.

Três meses depois, houve a remissão da doença e o político do PSD foi liberado do tratamento.

Em novembro, entretanto, Fuad precisou ser internado por causa de dores nas pernas, decorrentes do tratamento de câncer. Dias antes, ele já havia sido hospitalizado para a realização de exames

Depois, em dezembro, passou alguns dias internado para tratar uma pneumonia. Ainda antes do fim do ano, voltou ao hospital por causa de sangramento intestinal associado a um quadro de diarreia.

Economia, política, livros e Atlético

Fuad Noman ocupava o cargo de prefeito de Belo Horizonte desde março de 2022. Dois anos antes, foi eleito vice-prefeito na chapa de Alexandre Kalil (à época no PSD). O economista herdou a chefia do Executivo após Kalil renunciar para preparar uma candidatura ao governo de Minas Gerais.

Em 2024, Fuad foi apoiado por uma coligação que teve, além do PSD e do União Brasil, as participações de Solidariedade, PRD, Agir, Avante, PSDB e Cidadania. Houve, ainda, o apoio informal de setores do PV e da Rede Sustentabilidade. No segundo turno, partidos à esquerda, como como PT, PCdoB, PDT e Psol, aderiram à campanha à reeleição do prefeito.

Fuad Noman deixa uma esposa, dois filhos e quatro netos. Ele dava expediente na Prefeitura de BH desde o primeiro mandato de Kalil, como secretário municipal de Fazenda. No governo de Minas Gerais, ocupou a mesma pasta, além de ter chefiado a Secretaria de Estado de Transportes. 

O economista também trabalhou na Casa Civil do governo federal e foi presidente da  Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig). Servidor de carreira do Banco do Brasil, o pessedista teve passagem pela equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Fuad também atuava como escritor e tem romances publicados. No futebol, era torcedor do Atlético.

Nota da Prefeitura de BH sobre o falecimento de Fuad Noman:

É com profundo pesar que a Prefeitura de Belo Horizonte informa o falecimento do prefeito Fuad Noman, ocorrido nesta data.

Fuad Noman dedicou décadas de sua vida ao serviço público, sempre pautado pelo compromisso com a ética, o diálogo e o bem-estar da população de Belo Horizonte. Economista por formação, com sólida trajetória na administração pública, Fuad ocupou importantes cargos no Governo Federal, Governo de Minas Gerais e na Prefeitura de Belo Horizonte, sempre deixando marcas de competência, responsabilidade e sensibilidade social.

Em 2022, assumiu o cargo de prefeito da capital mineira, e desde então conduziu a cidade com serenidade, firmeza e espírito público.

Fuad era conhecido por seu trato gentil, sua capacidade de escuta e seu amor por Belo Horizonte. Um homem público íntegro, cuja história se confunde com o desenvolvimento da nossa cidade.

Neste momento de dor, nos solidarizamos com os familiares, amigos e todos os cidadãos belo-horizontinos que perdem não apenas um líder, mas um exemplo de ser humano. A cidade se despede com gratidão e reverência.

Informações sobre o velório e homenagens serão divulgadas em breve.

Leia também:

Acordo com Porto Sudeste faz Itaminas ser sondada por Siderúrgicas e Traders chinesas, diz CEO

MPF pede suspensão de supressão vegetal da Tamisa na Serra do Curral e exige anuência prévia do Ibama

As provas contra Bolsonaro que Gonet não viu no caso do cartão de vacina

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse