O ministério da Defesa da Ucrânia confirmou nesta quinta (24) o que o secretário de Defesa dos EUA havia dito na véspera: soldados da Coreia do Norte estão na Rússia.
“Estamos vendo evidências de que há tropas norte-coreanas que foram para (…) a Rússia”, disse o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, a repórteres durante viagem a Roma.
Mais tarde, na Casa Branca, o assessor John Kirby disse em coletiva de imprensa que “entre o início e meados de outubro, a Coreia do Norte enviou pelo menos 3.000 soldados para o leste da Rússia. Avaliamos que esses soldados viajaram de navio da área de Wonsan, na Coreia do Norte, para Vladivostok, na Rússia”.
(Em tempo: todo mundo que já jogou War, da Grow, sabe que Vladivostok fica no leste da Rússia).
Em sua conta oficial no Telegram, o ministério da Defesa ucraniano exibiu imagens de soldados norte-coreanos, e disse que alguns já chegaram ao oeste da Rússia, na região de Kursk, que a Ucrânia invadiu em agosto deste ano. O ministério acrescentou que 12.000 norte-coreanos chegaram à Rússia, incluindo 500 oficiais, sendo três generais.
A publicação ucraniana veio no dia do encerramento da cúpula dos BRICS em Kazan.
Como sabemos, a suposta neutralidade do Brasil na guerra da Rússia contra a Ucrânia é uma besteira na qual ninguém mais acredita.
Em maio, como O Fator mostrou, o Brasil abandonou sua defesa da integridade territorial da Ucrânia em favor de se juntar à China para normalizar a presença de tropas russas na Ucrânia.
A proposta brasileira passou a ser explicitamente negociar a paz com os russos dentro, e não mais pedir a retirada incondicional deles.
Desde que a guerra começou, o Brasil também se tornou o maior importador de diesel russo.
As importações como um todo dispararam. Em 2021, antes da invasão total da Ucrânia, o Brasil importou US$ 5,6 bilhões em produtos da Rússia. Em 2022 foram US$ 7,8 bilhões, e no ano passado mais de US$ 10 bilhões.
A declaração final dos BRICS neste ano, como mostramos, defende “a soberania e integridade territorial da Síria”, mas não da Ucrânia.
O Brasil de Lula escolheu um lado, e agora esse lado tem soldados da Coreia do Norte.