Embora garantam não ter divergências com Juliano Lopes (Podemos), único parlamentar lançado como candidato à presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), vereadores eleitos pelo PT afirmam que a presença de parlamentares do PL no grupo que apoia Lopes pode inviabilizar a participação do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na aliança.
Nesta quinta-feira (7), inclusive, a bancada petista vai se reunir com o parlamentar do Podemos. A ideia dos petistas é que correligionários do ex-presidente Jair Bolsonaro não sejam contemplados com cargos na Mesa que comanda os trabalhos da Casa.
“Fomos eleitos fazendo uma campanha de enfrentamento ao bolsonarismo e a tudo que ele representa. É mais do que natural que busquemos uma alternativa para a composição da Mesa Diretora. E temos tempo para construir esse caminho”, disse, a O Fator, o eleito Pedro Rousseff, um dos quatro integrantes da nova bancada petista.
Juliano Lopes, que na semana passada reuniu 23 vereadores eleitos em um jantar que tratou de sua candidatura, tem o apoio do secretário de Estado da Casa Civil de Minas Gerais, Marcelo Aro (PP).
Para reforçar que o incômodo está no fato de o PL fazer parte da aliança, Rousseff afirma que, além de nutrir boa relação com Lopes, o PT não tem problemas com o grupo de Aro.
A possibilidade de que PT e PL estejam juntos na eleição da Mesa Diretora também sofre muita resistência por parte de Pedro Patrus, Bruno Pedralva e Luiza Dulci, também eleitos sob a bandeira petista.
Luiza defende que a eleição para presidente da Câmara diz muito sobre o grupo político em que cada partido se coloca.
“O nosso campo de atuação e a nossa visão de mundo são muito distantes em relação à extrema direita. Ainda estamos na fase das conversas e é muito cedo para dizer qual será nossa posição”, pondera.
Reunião com o prefeito
Nesta quarta-feira (6), Luiza, Patrus, Rousseff e Pedralva estiveram na comitiva formada por 37 vereadores eleitos que se reuniu com o prefeito Fuad Noman (PSD), na sede do Executivo.
A bancada petista deixou o encontro com a avaliação de que, embora Juliano Lopes tenha conseguido organizar um encontro com 23 participantes, a eleição para o comando da Casa está aberta.