Guilherme Peixoto
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o deputado estadual Bruno Engler (PL), que concorre à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), se reuniram nesta quarta-feira (16) para tratar de uma eventual aliança no segundo turno da eleição municipal. A conversa, embora tenha sido considerada produtiva, segundo apurou O Fator, não terminou em batida de martelo.
Conforme soube a reportagem, o embarque formal do Novo na campanha de Engler não deve acontecer sem que o PL ofereça contrapartidas políticas — um dos pontos em discussão seria uma maior adesão dos deputados estaduais liberais a pautas de interesse do governo encaminhadas à Assembleia Legislativa. O partido, embora esteja oficialmente na base aliada a Zema, costuma ter vozes dissonantes, sobretudo em temas ligados ao funcionalismo público.
À mesa há, ainda, um pedido de lideranças do PSD por uma neutralidade de Zema no segundo turno. O adversário de Engler, cabe lembrar, é o pessedista Fuad Noman. A legenda de Fuad também integra um dos blocos de sustentação do Palácio Tiradentes na Assembleia.
Antes de uma decisão ser oficializada, novas conversas deverão ocorrer. Existe, por exemplo, o entendimento de que Engler não pode se comprometer a garantir um eventual embarque do PL nas pautas governistas — o que precisaria ser atestado pela direção da sigla.
Em que pese os entraves, Engler vê o apoio de Zema como importante e, na fase de pré-campanha, costumava dizer que uma eventual costura com o governador seria positiva. A possibilidade, porém, se esvaiu após o acordo entre Novo e Republicanos. O chefe do Executivo acabou apoiando Mauro Tramonte, que teve Luísa Barreto, filiada ao Nov, como candidata a vice.
Na primeira ida dos eleitores às urnas, Engler terminou na ponta, com 34,38% dos votos válidos, ante 26,54% de Fuad.
Além do eventual apoio de Zema, o candidato do PL também aposta no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal cabo eleitoral. Bolsonaro, aliás, estará em BH no sábado (19) para uma motocarreata com o aliado.
